Fui um garoto que amou e detestou Os Incríveis com a mesma força!

Fui um garoto que amou e detestou Os Incríveis com a mesma força!

Leio que morreu o guitarrista Risonho, um dos cinco integrantes de Os Incríveis.

O outro guitarrista, Mingo, morreu em 1995.

Manito, que tocava teclados e sax, morreu em 2011.

Nenê, o baixista, morreu em 2013.

O único sobrevivente é o baterista Netinho.

Em 1967, aos oito anos, eu adorava o LP Para os jovens que amam os Beatles, os Rolling Stones e…Os Incríveis.

Versão de uma canção italiana, Era um garoto que, como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones fez um sucesso estupendo e botou o grupo no topo das paradas.

Havia também Czardas e O Milionário e O Homem do Braço de Ouro e outras mais.

Era um garoto que, como eu, amava os Beatles e os Rolling Stones… era uma canção pacifista, contra a guerra do Vietnã, e isso era bacana.

Mais tarde, no disco de 1970, Os Incríveis me decepcionaram.

Foi quando gravaram Eu Te Amo, Meu Brasil, marcha ufanista da época do governo Médici, do Brasil, ame-o ou deixe-o.

Eu só tinha 11 anos, mas já sabia que aquilo não prestava.

Um grupo de rock aderindo a uma ditadura militar e fazendo a sua propaganda.

O oposto do que deveria fazer um grupo de rock.

Um horror!

Um verdadeiro horror!

Os Incríveis não cabiam mais nas minhas audições nem na minha discoteca!