Os bolsonaristas fazem muitas coisas nas redes sociais.
Uma delas: mentir.
Mentir sem qualquer cerimônia, sem escrúpulo algum.
Mentir de forma absurda.
Dias atrás, li um artigo importante do editor do New York Times sobre fake news.
Mais do que isso: sobre o desprezo que têm pela imprensa os governantes de extrema direita. Gente como Trump ou Bolsonaro, ambos mencionados no texto.
O texto fazia um alerta a cada um de nós: é imprescindível uma luta cidadã contra o que ameaça as democracias em que vivemos. A difusão de fake news em larga escala e a desqualificação da imprensa ameaçam, sim.
Os bolsonaristas – volto a eles – postam grandes e pequenas mentiras. São todas danosas.
Gosto de prestar atenção nas pequenas mentiras porque, no fundo, elas revelam muito do caráter de quem as posta.
Tenho lido posts sobre o cacique Raoni. Desrespeitosos, escritos por quem quer macular a sua dimensão internacional e difundidos por pessoas ignorantes ou de má fé.
Esses posts sobre Raoni e as ONGS que atuam na Amazônia vão para o conjunto das grandes mentiras da máquina de maldades do bolsonarismo.
No meio deles, encontrei uma – digamos – pequena mentira. Reparei nela por causa do meu amor pela música.
O músico inglês Sting – dizia o post – fazia seus shows com uma cobra enrolada no pescoço. A cobra, uma sucuri, lhe fora presenteada pelo cacique Raoni.
Conheço Sting desde os tempos do Police – segunda metade dos anos 1970 – e continuei seguindo seu trabalho depois que o power trio se desfez.
Tenho todos os discos do Police e também todos os trabalhos da trajetória solo desse músico por quem nutro grande admiração. Há nele produtivo diálogo do pop com o jazz.
Curioso. Nunca vi Sting fazendo seu show com uma cobra sucuri enrolada no pescoço.
Será que aconteceu, e eu passei batido?
Os bolsonaristas que foram às redes sociais contar essa história bem que poderiam me enviar a foto.
Foto verdadeira, claro. Fake não vale.