Melhor que Miguel Proença não esteja mais à frente da Funarte

O pianista Miguel Proença não é mais presidente da Funarte. Ele foi exonerado do cargo. Especula-se que a demissão ocorreu porque Proença não concordou e reagiu às críticas que Roberto Alvim, um dos diretores do órgão, fez a Fernanda Montenegro poucos dias antes da atriz completar 90 anos.

Melhor que Miguel Proença não esteja mais à frente da Funarte. Não convinha que ele misturasse a sua notável carreira como pianista ao atual governo.

Algo que li hoje cedo na coluna de João Máximo, no G1, a propósito do atual momento da Funarte:

“É verdade que a Funarte começou a desistir quando as verbas oficiais foram ficando a cada dia mais minguadas. Mas também é verdade, e mais triste, saber que ela continua empenhada em desistir de vez, quanto mais se faz desinteressada, preconceituosa, irresponsável, desinteligente, em nome da política cultural – esta sim, ideológica – adotada por aqui há quase um ano”.

Saindo da cultura para a liberdade de imprensa, também chamou minha atenção nas leituras matinais o editorial de O Globo. O texto parte do que sabemos faz tempo: o desapreço do presidente Bolsonaro pela liberdade de imprensa:

“O presidente Jair Bolsonaro não tem apreço pela imprensa independente e profissional. Não tinha durante a campanha e continuou sem ter desde o primeiro dia no cargo. Ele diz que defende uma imprensa livre, mas suas palavras e atos comprovam que ele quer apenas uma imprensa que o bajule e que não busque noticiar os fatos como eles são, mas como ele gostaria que fossem”.

Fecho com a ministra Carmen Lúcia durante debate que reuniu artistas (Caetano Veloso, Luiz Carlos Barreto, etc.) nesta segunda-feira (04) no Supremo:

“Eu li que este STF iria debater a censura no cinema. Errado. Censura não se debate, censura se combate, porque censura é manifestação de ausência de liberdades. E democracia não a tolera. Por isso a Constituição Federal é expressa ao vedar qualquer forma de censura”.

Temas para reflexão.