Jimi Hendrix virou o ano tocando. Não imaginava que era o último

Jimi Hendrix virou o ano tocando. Não imaginava que era o último

No último dia de 1969 e no primeiro de 1970, Jimi Hendrix fez quatro concertos.

Dois na véspera do ano que terminava, mais dois no dia do ano que começava.

Todos no Fillmore East, em Nova York.

Tocar ali (e também no Fillmore West, em São Francisco) era o máximo para a geração de Hendrix.

Em agosto de 1969, o guitarrista encerrara o festival de Woodstock com uma performance extraordinária, em cujo set list havia uma versão arrebatadora de The Star Spangled Banner, o hino americano.

Naqueles shows no Fillmore, trocara o The Jimi Hendrix Experience pela Band of Gypsys. Ambos, grandes no formato power trio.

Seu novo grupo tinha Billy Cox no contrabaixo e Buddy Miles na bateria e vocais.

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Band of Gypsys foi o título do último disco não póstumo de Hendrix. E, até ali, o único ao vivo. Continha registros da sua passagem pelo Fillmore.

Diversos números dos shows do Fillmore apareceriam, bem mais tarde, em dois álbuns oficiais da sua extensa discografia póstuma.

Nada que se compare ao box Songs for Groovy Children: The Fillmore Concerts.

Editada há pouco, a preciosa caixinha (R$ 320/importada) tem cinco CDs, um encarte com 40 páginas e, pela primeira vez, os quatro concertos reunidos na sequência original.

“43 performances incendiárias” – como diz aquele selinho colado sobre o box ainda lacrado.

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Esses quatro concertos de Hendrix no Fillmore East apontavam para o futuro da sua música?

Que caminhos ele trilharia depois de se desfazer do Experience e compartilhar novas formações?

Não houve tempo para respostas.

Jimi Hendrix não estaria vivo para celebrar a chegada de mais um ano.

O artista de trajetória meteórica morreu aos 27 anos em setembro de 1970.

Nunca mais houve um guitarrista como ele.