Aos 80 anos, Charlie Watts pode parecer com tudo, menos com um homem do rock’n’ roll

Aos 80 anos, Charlie Watts pode parecer com tudo, menos com um homem do rock'n' roll

Charlie Watts, o baterista dos Rolling Stones, faz 80 anos nesta quarta-feira (02).

É uma figura circunspecta.

Até no palco, é uma figura circunspecta, ao contrário de Mick Jagger, Keith Richards e Ronnie Wood, seus companheiros de banda.

Quando é visto fora do show, às vezes comprando cavalos, fica parecido com o mais tradicional dos ingleses.

Watts faz seu trabalho com precisão.

O som da sua bateria é inconfundível.

Simples e eficiente.

Tem assinatura, a despeito dos que dizem não ser bom músico.

Mas, enquanto Jagger se exibe como um dos grandes artistas de palco do mundo, ele dá a impressão que não está nem aí com tudo aquilo que está acontecendo diante dos seus olhos e de milhares de espectadores.

Tinha cara de rocker no passado, quando usou cabelos longos e ficou dependente de heroína.

Depois, não mais.

Está sempre quieto, lá atrás, conduzindo a banda com sua batida.

A conta bancária não permite que largue o negócio, mas o que ele gosta mesmo é de tocar jazz, e, de vez em quando, grava uns discos que nada têm a ver com o som dos Rolling Stones.

Sempre ovacionado pelos fãs, ele agradece timidamente e mal esboça um sorriso.

Esse austero senhor, agora octogenário, pode parecer com tudo, menos com um homem do rock’n’ roll.