FHC é um grande brasileiro. Livro traz as memórias mais do intelectual do que do político

FHC é um grande brasileiro. Livro traz as memórias mais do intelectual do que do político

Sempre que faço elogios e digo da minha admiração por Fernando Henrique Cardoso, os amigos de esquerda ficam indignados.

Ontem mesmo, dizia a uma amiga petista: o ex-presidente é um grande brasileiro, com importante participação no processo de reconstrução da nossa democracia.

Cometeu erros? Claro que sim.

Quem não os comete?

Nesse mês de junho, em que completa 90 anos, Fernando Henrique Cardoso está lançando um livro de memórias pela Companhia Das Letras.

Já está nas livrarias.

Chama-se Um Intelectual na Política.

O título já diz tudo.

São memórias menos do político que governou o país por dois mandatos e mais do percurso de um intelectual brilhante, homem sempre preocupado com os destinos do Brasil.

Nas últimas redações por onde passei, sempre que fazia elogios a FHC, causava surpresa e, dos colegas, ouvia a mesma resposta: é um homem de direita. Nunca aceitei essa classificação.

Sei do processo de direitização a que o PSDB se submeteu.

Sei do papel que o partido desempenhou na deposição da presidente Dilma.

Sei que os tucanos poderiam ter assumido uma outra postura no segundo turno das eleições de 2018.

Sei de tudo isso.

Mas nada disso diminui o respeito que tenho por Fernando Henrique Cardoso.

Tanto pelo que fez e permanece fazendo como intelectual que pensa o Brasil como também por sua passagem, com erros e acertos, pela política.

Estou debruçado sobre suas memórias intelectuais.

Têm pouco mais de 300 páginas.

Gostaria, sinceramente, que fossem mais volumosas.

Mas é leitura necessária.