Louis Armstrong, o maior símbolo do jazz, morreu há 50 anos. What a Wonderful World é seu lixo

Louis Armstrong, o maior símbolo do jazz, morreu há 50 anos. What a Wonderful World é seu lixo

Nesta terça-feira (06), faz 50 anos da morte de Louis Armstrong.

Ele é o maior símbolo do jazz, a música genial que os pretos americanos criaram e desenvolveram ao longo do século XX.

“Se você não sabe o que é o jazz, não vai saber nunca” – é uma frase atribuída a Armstrong, garoto pobre, miserável mesmo, nascido em New Orleans, em agosto de 1901.

A mãe era prostituta e, não fosse uma família de judeus russos que o acolheu, ninguém sabe qual teria sido o destino de Louis.

Louis Armstrong é uma dádiva de Deus – diz dele Wynton Marsalis, um dos maiores músicos que o jazz tem atualmente.

Como o rock não foi inventado por Elvis Presley, claro que o jazz não foi inventado por Armstrong. O seu surgimento é resultado de muitos fatores e de um ambiente favorável à aparição desse tipo de música.

Mas, se há um músico que melhor representa o jazz, que é o seu ícone mais expressivo, este é Louis Armstrong.

O jazz como linguagem musical, no seu nascedouro, passa por ele.

Basicamente, por duas coisas: pelas notas do seu trompete e pelo seu modo de cantar.

A improvisação – às vezes com notas mínimas – e o scat, marcas fundamentais do jazz, vêm das suas gravações dos anos 1920.

É nelas que está a sua grande, imensa contribuição ao universo jazzístico.

O Louis Armstrong sobre o qual se curvam músicos e ouvintes do mundo inteiro é aquele do tempo dos grupos Hot Five e Hot Seven.

Se avançarmos no tempo e formos para os anos 1950, encontraremos belos discos gravados por Armstrong já na era dos LPs: ele com Ella Fitzgerald trazendo para o jazz a ópera Porgy and Bess, seu tributo a Fats Waller, seu encontro com o pianista Oscar Peterson, seu álbum com Duke Ellington, as canções religiosas do The Good Book.

Mas não são discos de invenção, não são gravações fundadoras como as velhas performances com o Hot Five e o Hot Seven.

Essas sim, são a essência do jazz e o que há de superb na música de Louis Armstrong.

Na segunda metade dos anos 1960, Armstrong fez muito sucesso com What a Wonderful World.

Ele é muito lembrado por essa canção.

Mas é um equívoco associar uma figura tão grandiosa a esse tipo de canção pop.

What a Wonderful World é o lixo de Louis Armstrong.