Bolsonaro não é patriota. Se fosse, faria uma grande festa para o Bicentenário da Independência

Bolsonaro não é patriota. Se fosse, faria uma grande festa para o Bicentenário da Independência

É bonito ver o 4 de julho dos americanos. É bonito ver o 14 de julho dos franceses. E o 4 de julho de 1976, do Bicentenário da Independência dos Estados Unidos? Esse, então, foi espetacular. O presidente era o republicano Gerald Ford. Logo, logo, seria o democrata Jimmy Carter, o cara dos direitos humanos.

Datas assim devem ser bem comemoradas pelas democracias. Unem o povo em torno de algo que é importante para a história do país. Parece um tanto quanto romântico, mas penso assim. Faz anos que 2022 está na minha cabeça. Será o ano do Bicentenário da Independência. Será uma grande festa.

Bem, 2022 chegou, e nada. Estamos a 70 dias do 7 de Setembro, e o governo brasileiro não preparou coisa alguma para a comemoração. Pelo contrário, o que se vê, até agora, é o bolsonarismo se organizando para uma manifestação golpista que promete ser maior do que a do 7 de Setembro de 2021.

Não é a primeira vez que abordo o assunto aqui. Hoje, li Elio Gaspari escrevendo, na Folha, sobre a desvirtuação do 7 de Setembro e volto ao tema. Segundo Gaspari, Lauro Jardim informa que o STF e o TSE estarão sob proteção para que não sejam atacados no feriado da Independência, algo impensável em tempos normais.

Não vivemos tempos normais. A democracia está sob ameaça a pouco mais de três meses da eleição presidencial. O tratamento que o governo brasileiro dá ao 7 de Setembro, sobretudo no ano do Bicentenário da Independência, permite, pois, uma conclusão: o presidente Jair Bolsonaro não é um patriota.