Elvis Presley morreu há 45 anos. Onde você estava naquele 16 de agosto de 1977?

16 de agosto de 1977, uma terça-feira, como hoje. Faz 45 anos. Depois do almoço, fui para o Centro de Línguas, aula de inglês no prédio onde, mais tarde, seria instalada a sede do Tribunal Regional do Trabalho. Eu era estudante secundarista no Liceu. Naquela época, não havia aula de inglês no colégio, mas no Centro de Línguas.

No final da tarde, fui ao cinema com uma colega. Cine Plaza, sala maravilhosa no centro de João Pessoa, de tantos grandes filmes. Naquele dia, exibia Motorista de Táxi – Taxi Driver. O filme era impactante, mas ainda não tínhamos ideia da dimensão que conquistaria alguns anos depois. Nem ele nem o seu diretor, Martin Scorsese.

Voltei tarde para casa. Morava em Jaguaribe. Eu, meu irmão, meu pai e minha mãe. Naquela noite, não falei com ninguém, não vi televisão, apenas dormi. Tive um sonho estranho e muito nítido. Tão estranho e tão nítido que acordei intrigado. Quis contar à minha mãe no café da manhã, mas não o fiz.

O sonho. Elvis Presley, 42 anos, estava em João Pessoa para fazer um show, algo que não era improvável, era absolutamente impossível. Havia uma coletiva de imprensa com ele na Assembleia Legislativa (!!!), na Praça João Pessoa, e eu, de cima da tribuna que há em frente ao prédio, observava tudo pelos vidros.

Curioso é que, dias antes, e aí não foi sonho, mas realidade, subi na mesma tribuna para ver o cortejo fúnebre saindo do Palácio de Redenção com o caixão do senador Ruy Carneiro. O caminhão do Corpo de Bombeiros que levava o caixão seguiu pelas ruas do centro da cidade, acompanhado por uma multidão de 80 mil pessoas.

De volta ao sonho. Terminada a entrevista, Elvis entrava num carro aberto e percorria as ruas do centro de João Pessoa, seguido por uma multidão, cumprimentando os fãs nas calçadas. Acordei com a sensação de que o sonho estava associado não a vida, mas a morte. E remetia, claramente, ao cortejo fúnebre do senador Ruy Carneiro.

Na manhã da quarta-feira, 17 de agosto, fui para o colégio logo cedo. Entrei pelos fundos do Liceu. Encontrei um colega que me perguntou: “Viu quem morreu?”. Ao que respondi: “Não”. E ele: “Elvis Presley, ontem em Memphis”. Caramba! Inexplicavelmente, eu soube da morte de Elvis num sonho.