SILVIO OSIAS
Brasil é um abacaxi, e Bolsonaro não tem apetite para o cargo
Publicado em 04/04/2019 às 7:40 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:35
Fulano não tem apetite para governar.
Como jornalista, desde cedo ouvi essa frase.
Diz respeito a políticos que, de fato, não conseguem se adaptar à dura rotina de um governante.
O óbvio ululante: governar é difícil. Um negócio de altíssima complexidade.
Na linguagem de hoje: governar não é para os fracos.
Ou, como diria Bolsonaro: governar o Brasil é um abacaxi.
Diria, não. Ele disse.
Disse e tentou corrigir.
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Surpresa?
Zero!
Tenho defendido essa tese desde o início do governo.
Bolsonaro não tem apetite para o exercício do cargo.
Ele queria chegar lá, mas, na prática, parece não se adequar a todos os rituais exigidos de um presidente da República.
Bolsonaro nunca foi tão verdadeiro. Nunca foi tão sincero.
Sabem aquelas coisas que a gente diz bem naturalmente, quase sem sentir que está dizendo? E que são de uma sinceridade absoluta?
Foi o que Bolsonaro disse sobre o abacaxi que é governar o Brasil e sobre a sua brevidade no cargo.
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Nesta quarta-feira (03), vi o ministro Guedes - agora articulador da reforma da Previdência - ser chamado de "tchuchuca" por um deputado e responder com um "tchuchuca é a mãe".
Nesta quarta-feira, li a entrevista em que o ministro Vélez negou o golpe e a ditadura e defendeu a mudança progressiva nos livros de história.
Nesta quarta-feira, vi o presidente Bolsonaro admitir que governar o Brasil é um abacaxi.
O Brasil é que está com um gigantesco abacaxi para descascar!
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