SILVIO OSIAS
Falta um mês para o primeiro turno da eleição presidencial. Qual o seu lado?
Publicado em 02/09/2022 às 7:19
Hoje é sexta-feira, dois de setembro de 2022. Daqui a um mês, será realizado o primeiro turno da eleição presidencial. Somente 30 dias nos separam de uma escolha decisiva para a democracia brasileira. Quem quiser que discorde, mas o eleitor está diante de uma escolha clara: ou fica do lado da democracia (com todos os defeitos que a nossa tem) ou fica do lado do golpismo. É o que está posto. É o que revelam as biografias dos dois candidatos que lideram a disputa.
Segunda-feira (29), a pesquisa do Ipec, antigo Ibope, trouxe o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na liderança com 44 por cento das intenções de voto e o presidente Jair Bolsonaro em segundo com 32 por cento, os mesmos números da pesquisa anterior do instituto. Na quinta-feira (01), o Datafolha mostrou Lula na frente com 45, seguido de Bolsonaro com 32. Em relação à pesquisa anterior do Datafolha, Lula oscilou dois pontos para baixo, enquanto Bolsonaro se manteve estável.
No Datafolha, há um crescimento de Ciro Gomes, de sete para nove por cento, e de Simone Tebet, de dois para cinco por cento. A pesquisa já traz a reação do eleitor ao debate que a Band realizou no último domingo (28). No debate, Lula não estava bem, e Bolsonaro foi um desastre, sobretudo quando agrediu verbalmente a jornalista Vera Magalhães. Simone Tebet teve o melhor desempenho - todos reconhecem, concordando ou não com o discurso da candidata.
Números, números. Lula oscilou para baixo, e é óbvio que isso não é bom. Mas a estabilidade de Bolsonaro é ruim para um candidato que fez, à margem da Constituição e da legislação eleitoral, grandes esforços para conquistar votos. Bolsonaro, literalmente, distribui dinheiro e mesmo assim ainda não passou dos 32 por cento, contrariando todas as previsões dos seus aliados, que previam para junho - depois para julho, mais tarde para agosto - uma ultrapassagem sobre Lula.
Outro dado numérico interessante. Depois da redemocratização, foram vencedores - em primeiro ou em segundo turno - todos os candidatos que lideravam as pesquisas um mês antes da eleição. Foi assim com Fernando Collor (em 1989), Fernando Henrique Cardoso (1994 e 1998), Luiz Inácio Lula da Silva (2002 e 2006), Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Jair Bolsonaro (2018). Uma vitória de Bolsonaro, agora em 2022, quebraria essa tradição e mostraria um candidato capaz de superar um quadro de estabilidade que até aqui não lhe foi favorável.
Um mês, exatos 30 dias. Passa rápido, passa voando, como o povo diz. É muito pouco tempo. Num piscar de olhos, estaremos no domingo, dois de outubro, dia do primeiro turno. Mas é tempo de grandes tensões, de ansiedade para todos - os políticos e os eleitores. E é o tempo do imprevisível, das surpresas. Torçamos para que elas, se ocorrerem, não sejam desfavoráveis aos caminhos da democracia. Como foram há quatro anos.
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