SILVIO OSIAS
O Bolsonaro do Chile perdeu. Podemos fazer o mesmo aqui. Que os babacas da esquerda não atrapalhem
Publicado em 20/12/2021 às 6:33
No lado esquerdo da imagem (Foto: Reprodução), está Gabriel Boric. No lado direito, José Antonio Kast. Boric, um jovem de 35 anos, veio das lutas estudantis. Kast é um pinochetista - isso diz tudo. Os dois disputaram o segundo turno da eleição presidencial do Chile neste domingo (19). Venceu Boric, o candidato da esquerda.
Quando comecei a acompanhar a disputa chilena e soube de Kast, me perguntei: "Pinochetista? E isso ainda existe?". Ingenuidade minha. Claro que sim. Eles sempre existirão, com esta ou com outra denominação, pouco importa. Vejam o daqui, Bolsonaro, defensor das piores práticas de tempos recentes da nossa história.
A vitória de Gabriel Boric serve de exemplo para nós, brasileiros. Os chilenos evitaram que um candidato de ultradireita chegasse ao poder. Nós devemos, na eleição de outubro de 2022, evitar que um ultradireitista como Jair Bolsonaro se mantenha no poder. Pode não ser simples, mas é imprescindível que seja assim.
A chegada de José Antonio Kast ao poder representaria uma ruptura indesejável do processo de redemocratização instalado no Chile desde o fim da ditadura sangrenta comandada pelo general Augusto Pinochet, um notório criminoso, assim reconhecido internacionalmente.
A chegada do ultradireitista Jair Bolsonaro ao poder representou uma ruptura indesejável do processo de redemocratização instalado no Brasil a partir de 1985, quando terminou a ditadura militar iniciada em abril de 1964 com a deposição do presidente civil João Goulart.
Para defenestrar Bolsonaro, o Brasil não precisará de um candidato de esquerda. Lula, que lidera folgado todas as pesquisas, não será exatamente um candidato de esquerda. Ele está correndo para o centro porque sabe, com sua inteligência política, que precisa deste para viabilizar sua eleição.
O abraço de Lula e Geraldo Alckmin, num jantar em São Paulo, é uma imagem importante. Tem força simbólica. Mostra que há históricos adversários políticos dispostos a uma união pelo futuro do Brasil. Os babacas da esquerda - há muitos - não gostam. Mas que bom que, entre quem decide, tem gente com a cabeça no lugar.
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