CULTURA
Teatro às mil maravilhas
Espetáculo 'Ninguém Falou que Seria Fácil' está em cartaz com sessões gratuitas, nesta quarta-feira (23) e quinta-feira (24) no Teatro Santa Roza.
Publicado em 23/05/2012 às 6:30
Quando os Foguetes Maravilha aterrissaram na Paraíba pela primeira vez (em 2010, com Ele Precisa Começar), o 'painel de controle' do grupo então formado por Alex Cassal e Felipe Rocha tinha uma bússola que girava desorientada.
"A gente não tinha muita noção de para onde ia. Não sabíamos se o nosso humor fazia muito sentido fora do Rio de Janeiro", conta Cassal, codiretor de Ninguém Falou que Seria Fácil, peça que tem sessões gratuitas hoje e amanhã, às 20h, no Teatro Santa Roza, em João Pessoa.
O espetáculo que inaugura a programação do 'Vértice' em maio ganhou, em 2011, o Shell e os prêmios da Associação dos Produtores de Teatro do Rio (APTR) e o inédito 'Questão de Crítica', concedido pela revista homônima.
Segundo Cassel, as premiações foram o respaldo crítico que faltava para concluir que os Foguetes (hoje formados também pelos atores Renato Linhares e Stella Rabello) estão com a bússola apontada para um norte.
"Foi uma alegria muito grande receber a notícia, ano passado, de que o texto do Felipe (Rocha) foi contemplado com os principais prêmios da crítica carioca. A sensação é a de que estamos em um bom caminho e que estamos funcionando junto ao público e aos nossos pares, que pensam o teatro, naturalmente".
OUTRAS BASES
Único 'foguete' fora da Paraíba (o elenco já está em João Pessoa e ministrou uma oficina ontem no Centro Cultural Piollin), Cassal falou à reportagem sobre a experiência de trabalhar com outros dois atores (Ele Precisa Começar era um monólogo) que, em cena, protagonizam um jogo de troca de papéis e enfatizam o pandemônio das relações humanas.
"Apesar de a minha relação com o Felipe ser a relação primeira, já trabalhamos com os outros dois atores em contextos distintos: Stella (Rabello) foi assistente de direção de Ele Precisa Começar e Renato (Linhares) é gaúcho como eu, e contracenou com o Felipe em Otro (que também foi trazido a João Pessoa pelo 'Vértice', mês passado)".
A intimidade do trio, de acordo com Cassal, é um dos propulsores da dramaturgia: "Já que nos conhecíamos, tínhamos uma atração que resultou em um processo muito bacana. É visível no palco o prazer e a confiança que os três atores nutrem, uns pelos outros. Há uma confiança e um conforto - não no sentido preguiçoso, mas no sentido de estar confortável para poder desafiar o outro".
Em setembro, os Foguetes partem para Portugal para apresentar seu repertório em Lisboa e dar os toques finais em Mundo Maravilha, montagem feita em colaboração com o grupo Mundo Perfeito.
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