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CULTURA

Um novo amanhecer

Trazendo um som acústico e melodias densas 'Morning Phase' marca nova fase na carreira do cantor californiano Beck.

Publicado em 18/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 18/07/2023 às 14:33

Já se passaram 20 anos desde que o norte-americano Beck, então com 24 anos de idade, cantava que era um perdedor, transformando ‘Loser’ em um hit outsider nas paradas de sucesso. Hoje, aos 44 anos, o músico – nascido Bek David Campbell – não tem nada de perdedor. Um dos nomes mais celebrados da cena indie mundial também não tem mais canções leves, bobas e divertidas. Seu mundo hoje é denso, poético e lírico.

Os adjetivos cabem no novo trabalho do cantor, Morning Phase (Universal Music, R$ 30,00), o primeiro desde Modern Guilt (2008). Mas ao contrário deste, o novo rebento do californiano é completamente acústico, baseado em violões aprumados e arranjos de cordas bem colocados – escritos e conduzidos pelo pai do artista, David Campbell, que já trabalhou com nomes do naipe dos Rolling Stones, Paul McCartney e Adele.

Morning Phase surpreende pela densidade de suas melodias e pelos seus arranjos, soturnos, delicados e belos, algo não muito caro ao garoto que fez sua carreira com bases sampleadas, flertando com hip-hop e até a tropicália brasileira.

Beck faz, aqui, o que ensaiou muito bem em Sea Change (2002), e praticamente com a mesma turma – a coincidência chega ao ponto de ‘The golden age’, daquele disco, ter a mesma introdução de ‘Morning’, que abre o novo disco.

De canções calmas e etéreas, sem perder o foco no pop, o novo trabalho deverá agradar ao público que cresceu com ele ao longo desses 20 anos e que hoje tem ouvidos maduros para o folk, o county e o rock rural, referências extraídas de artistas que vão de Neil Young (‘Say goodbye’) aos islandeses da banda Sigur Rós (vide ‘Unforgiven’).

Arranjos vocais, notadamente inspirados em Simon & Garfunkel, são onipresentes ao longo de 11, das 13 faixas do CD (duas, ‘Cycle’ e ‘Phase’, são instrumentais), mas é fácil confundir a voz de Beck com a de Eddie Vedder (‘Don’t let it go’) e David Gilmour (‘Turn away’).

De quebra, o disco traz a luxuosa participação do lendário Stanley Clarke. O veterano músico de jazz gravou o contrabaixo acústico de 'Morning' e o elétrico de 'Heart is a drum'.

O guitarrista Jason Falkner, da banda Jellyfish, conhecida no circuito indie nos anos 90, também integra o CD, com a guitarra de 'Country down'.

Com sensibilidade à flor da pele e músicas inspiradas, Beck entra na maturidade com elegância e beleza e renova sua predisposição artística para mais 20 anos, assim como (re)conquista fãs, novos e antigos.

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Jornal da Paraíba

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