BC solta medida para baixar posição vendida dos bancos no câmbio

Bancos terão compulsório de 60% sobre o que exceder US$ 3 bi vendidos. Analistas avaliavam que posição vendida dos bancos estimula dólar baixo.

Do G1

O Banco Central anunciou nesta quinta-feira (6) uma medida para tentar baixar a posição vendida dos bancos no mercado de câmbio, que alcançou a marca de US$ 16,8 bilhões no mês de dezembro.

Quando a posição dos bancos no mercado de câmbio está vendida é porque houve mais fechamentos de câmbio para vendas, que podem ter várias finalidades, como importações, transferências para o exterior, ou para o turismo, entre outros.

Alguns analistas avaliavam que essa forte posição vendida das instituições financeiras no mercado de câmbio, ou seja, apostando na queda da cotação do dólar, era um dos fatores que pressionavam para baixo a moeda norte-americana.

Dólar baixo, por sua vez, gera perda de competitividade das empresas brasileiras, uma vez que as importações ficam mais baratas e as vendas externas mais caras. O dólar barato, porém, ajuda a controlar a inflação – pois passa a haver uma maior competição dos produtos nacionais com os importados.

Medida e resultados
Circular do BC publicada nesta quinta-feira determina que as instituições financeiras deverão recolher, sob a forma de depósito compulsório, 60% sobre o valor da posição vendida de câmbio que exceder US$ 3 bilhões, ou seu patrimônio de referência.

"Esse depósito compulsório [recursos que ficarão detidos no BC] será recolhido em espécie e não será remunerado. As instituições terão 90 dias para se adequar à nova regra", informou a autoridade monetária. A medida produz efeitos a partir de 4 de abril, acrescentou a autoridade monetária.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Mendes, disse que a medida gera uma tendência de que os bancos diminuam sua posição vendida no câmbio. "Olhando essa medida isoladamente, tem um indutor de compra de dólar. Se há uma tendência de compra, deverá haver tendência de valorização [do dólar]", declarou ele.

Veja matéria completa no G1