‘País marcou passo em 2011’, diz Fiesp

Presidente da Fiesp, Paulo Skaf, chamou de "irresponsabilidade" a estratégia do governo de esfriar a economia

O presidente da Fiesp (Federação das Indústrias de São Paulo), Paulo Skaf, chamou de "irresponsabilidade" a estratégia do governo de esfriar a economia.

"Foi errado ter subido os juros, foi errado ter se preocupado com a demanda. Quando não há demanda, não há investimento, não há consumo, a gente sai do círculo virtuoso", disse Skaf. "O Brasil não pode ter medo de crescer", reiterou.

Depois de um ano de forte crescimento, a inflação começou a acelerar e o governo adotou medidas para esfriar a economia.

Para o presidente da Fiesp, o "país marcou passo" em 2011. "Não avançamos."

Skaf se queixou ainda da guerra fiscal que incentiva os importados, que teve a votação adiada para 2012. E também da morosidade em contratar pessoal para a área de defesa comercial.

PIB MENOR EM 2011
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo estimativas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,6% para 2012 e de 2,8% para este ano. A previsão foi feita pelo Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon).

Pelas estimativas, a indústria de transformação apresentará crescimento de 1,5% no ano que vem, ante 0,9% previsto para este ano. Para a Fiesp, as exportações brasileiras vão alcançar US$ 255,9 bilhões este ano e US$ 253,7 bilhões em 2012, enquanto as importações devem atingir US$ 226,7 bilhões ao final de 2011 e US$ 233,7 bilhões no ano que vem.

Para o presidente da entidade, Paulo Skaf, o governo deveria ter enfrentado problemas como a guerra fiscal, a burocracia, a falta de reformas estruturais e a demora nas obras para as Olimpíadas e a Copa do Mundo – fatores que, em sua opinião, atrapalham o desenvolvimento do país.

Para o presidente da Fiesp, o crescimento pequeno da economia brasileira este ano não deve ser atribuído à crise internacional. “Este ano, a crise internacional não nos atingiu. A crise não chegou ao Brasil, não atravessou o oceano. O que estamos tendo agora é o esfriamento da economia brasileira por causa de medidas tomadas pelo governo brasileiro”, disse.