Taxa fecha 50 lojas de carros

Em retaliação a uma medida judicial, bancos suspenderam financiamento de veículos usados e revendedoras estão fechando.

Determinação do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) desencadeou no fechamento de 50 lojas revendedoras de carros usados em João Pessoa e já afeta a cidade de Campina Grande.

Segundo o presidente do Sindicato do Comércio de Revendedores de Veículos Usados do Estado da Paraíba (Sinvep-PB), Waldeck Coelho, depois que o tribunal entendeu que cobrança das Taxas de Abertura de Crédito (TAC) e das Taxas de Emissão de Carnê (TEC) eram indevidas, as agências bancárias que realizaram os financiamentos foram obrigadas a pagar o valor em dobro aos compradores de veículos usados. “Em retaliação à medida, os bancos Bradesco, Santander, Itaú e o Banco Votorantim deixaram de financiar essas revendedoras”, afirmou.

Ao todo, foram contabilizadas 26 mil ações contra os bancos e, de acordo com as agências, o prejuízo inviabilizou os financiamentos. Sem eles, que segundo Waldeck representam 80% das compras de veículos nas lojas, as empresas passaram a ter dificuldades e foram obrigadas a fechar as portas.

“Funcionários estão sendo demitidos em virtude dos fechamentos. Antes das primeiras falências, tínhamos 150 lojas na capital e mais do que isso em Campina Grande. Agora, todas estão em alerta por causa desta situação. O impacto é geral”, comentou Waldeck.

Durante sessão ordinária ontem na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o vereador Mangueira (PMDB) afirmou que mais de mil famílias serão atingidas.

O vereador solicitou a retomada urgente dos serviços de financiamentos para a compra de veículos seminovos nas agências bancárias.

“Esperamos resolver essa situação o mais rápido possível. Eu acredito que os bancos têm que ter uma postura de responsabilidade social com o cidadão”, disse.

O presidente do Sinvep explicou que o sindicato enviou um ofício aos representantes do Governo do Estado há 90 dias e, até agora, não obteve respostas.

“Esperamos uma assembleia extraordinária para discutir o assunto”, afirmou. Mangueira não descarta a hipótese de acionar a Justiça contra as agências e contra a Febraban para que os serviços voltem a ser realizados.