Economia cresce 0,6% no semestre

Dados divulgados pelo IBGE apontam crescimento de 0,4% no PIB , que somou R$ 1,1 trilhão no segundo trimestre.

Diante das medidas de estímulo do governo, o PIB (Produto Interno Bruto) esboçou uma reação e cresceu 0,4% no segundo trimestre na comparação livre de influências sazonais com o primeiro trimestre.

No primeiro semestre, a economia cresceu 0,6% ante mesmo período de 2011. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores, o PIB somou R$ 1,1 trilhão no segundo trimestre.

O resultado ficou próximo ao previsto pelo mercado, cujas expectativas apontavam para uma expansão de cerca de 0,5% no segundo trimestre. No primeiro trimestre do ano, a expansão tinha sido de 0,2% ante o período anterior, número que foi revisado pelo IBGE para 0,1%.

A indústria caiu 2,5% de abril a junho ante o primeiro trimestre, já o setor de serviços, o de maior peso, avançou 0,7% na mesma base de comparação. A agropecuária registrou expansão de 4,9% do primeiro para o segundo trimestre.

O investimento, por seu turno, caiu 0,7%. O consumo do governo avançou 1,1%. Já as exportações caíram 3,9%, enquanto as importações (que são descontadas do cálculo do PIB, por refletiram uma produção realizada fora do país) cresceram 1,9%.

Já no indicador acumulado nos últimos 12 meses (quatro trimestres), os dados do IBGE mostram um crescimento de 1,2% da economia brasileira. O indicador mostra o quanto o PIB teria crescido se o ano se encerrasse em junho.

PIB DA INDÚSTRIA
Apesar das medidas de estímulo do governo, como a desoneração de tributos de importantes setores, e com a estabilização do câmbio no patamar de R$ 2, o PIB industrial não reagiu no segundo trimestre. O setor registrou queda de 2,5% do primeiro para o segundo trimestre de 2012. Foi o pior desempenho desde o primeiro trimestre de 2009, quando a crise global derrubou a atividade industrial no país, com retração de 6,5%.

Entre os subsetores da indústria, os destaques negativos ficaram com as indústrias de transformação (-2,5%) e extrativa mineral (-2,3%).

A primeira tem um peso maior no PIB e reage ao agravamento da crises externa, menor confiança de empresários e crédito mais restrito.

Já a extrativa, que vinha de bons resultados, repercutiu a redução da produção de petróleo, item de maior impacto na atividade. Já a construção civil e as atividades de energia, gás e saneamento livraram a indústria de um resultado ainda pior no primeiro trimestre, com expansão de 1,5% e 4,3%, respectivamente, na comparação com o primeiro trimestre.

MANTEGA COMENTA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chamou a atenção para o mau desempenho da produção industrial, que recuou em 2,5%. De acordo com o ministro, o principal fator a prejudicar a indústria foram as exportações, que ficaram atrás das importações.

Mantega destacou que o governo tem tomado medidas para melhorar o desempenho da economia, mas que ainda não tiveram impacto porque a crise econômica internacional está retardando esses efeitos. “A redução da taxa de juros foi bastante forte, mas ainda não fez efeito porque demora de seis a nove meses para ter resultados. A indústria vai melhorar porque o câmbio já há alguns meses está em patamar mais favorável para a produção nacional”. Mantega disse acreditar na recuperação da indústria por meio dos estímulos de redução do IPI, que, de acordo com ele, estão surtindo efeito.

“No caso da indústria automobilística, ainda não foi anunciado, mas houve vendas recordes para o mês de agosto, em torno de 400 mil unidades. Os estímulos passam a fazer efeito e vão nos levar para uma trajetória melhor no segundo semestre”.