Custo de empréstimo pode chegar ao dobro

Estudo da associação de defesa do consumidor, Proteste  mostrou que ao final das parcelas, consumidor pode pagar mais do dobro do crédito pessoal.

Apesar de os bancos terem anunciado nos últimos meses redução nas taxas de juros, na prática optar por empréstimo pessoal ainda é muito caro e nem sempre o consumidor está atento aos juros e encargos embutidos no final do valor. Ontem, uma pesquisa da associação de defesa do consumidor, Proteste, divulgou uma pesquisa realizada em 13 instituições financeiras do país sobre crédito pessoal. O estudo mostrou que o consumidor pode pagar mais do dobro do crédito pessoal ao final das parcelas.

A Proteste mostrou que um pagamento de crédito pessoal de R$ 2.000, pago em 12 vezes, pode chegar a R$ 3.444,84 ou seja, um aumento de 72,242% no final das contas. Esta simulação foi feita no banco HSBC, um dos bancos analisados e que apresentou maior diferença entre o valor inicial e final do empréstimo. O HSBC apresenta Custo Efetivo Total (CET) de 198,74% ao ano.

Os bancos oficiais como BB e a Caixa não têm os menores custos. “Só faça um empréstimo pessoal se for inevitável. Ele nunca é um bom negócio”, disse Renata Pedro, estatística da Proteste. Segundo ela, o primeiro passo na hora de solicitar empréstimo é pesquisar o CET das instituições financeiras. Cada uma delas está livre para adotar seu CET e este valor faz muita diferença na hora da quitação da dívida.

Na pesquisa da Proteste, a financeira que mostrou maior diferença entre o valor inicial e final do crédito pessoal foi a IBI Cred, que possui CET de 499,93% ao ano. Com um empréstimo de R$ 2.000, por exemplo, o cliente vai pagar ao final das 12 parcelas R$ 4.637,64.

Segundo Renata Pedro, à medida que se faz um crédito pessoal não há como renegociar queda de juros e encargos. Isso pode ocorrer quando o cliente já está devendo vários meses e em último caso o banco pode negociar um abatimento nos tributos.

Se isso não ocorrer, o cliente pode recorrer a um advogado, defensor público ou entrar com um processo na Vara Cível.

Segundo a Proteste, as facilidades de se solicitar empréstimo pessoal atraem o consumidor, que deve ficar cada vez mais atento à quantidade de parcelas, porque quanto mais elas se estendem, mais difícil quitar a dívida.

Outra constatação do estudo foi de que as taxas de juros divulgadas pelo Banco Central, em novembro de 2012, são bastante diferentes das que foram encontradas na pesquisa.

Elas variam de 24% ao ano (Caixa Econômica) a 63% ao ano (Bradesco). Já as das instituições avaliadas vão de 49% ao ano (Itaú) a 199% ao ano (HSBC).

Dicas na hora de pedir empréstimo:

Só faça empréstimo pessoal se não tiver outra alternativa.
Prefira poupar dinheiro para as eventuais emergências;

Escolha a instituição financeira com menor CET. Para isso faça
pesquisa prévia;

Sempre confirme se o valor do CET anunciado verbalmente
pelo banco é o mesmo registrado no contrato;

Não faça empréstimo pessoal na instituição financeira que
se negar a informar o CET. Esta informação é um direito do
consumidor;

Evite fazer um empréstimo para pagar outro. Prefira fazer cortes
no cartão de crédito e em outros setores.

O que é CET?

CET – O CET Custo Efetivo Total traz informações sobre todas as despesas embutidas que o consumidor deve arcar no empréstimo bancário. Além das taxas de juros, estão incluídos  no CET tributos, tarifas, seguros e outras despesas cobradas aos clientes. Cada banco ou financeira pode adotar o CET que preferir porque não existe órgão controlador para estipular o valor máximo e mínimo. Cada instituição financeira pode adotar o seu CET.