Redução da cesta só em abril

Desoneração de itens da cesta básica foi anunciado pela presidenta na última sexta-feira (8); redução no bolso deve ser sentida a partir de abril.

Ainda está indefinida a data de quando os paraibanos irão perceber a queda nos preços dos itens que compõem a cesta básica, com base no processo de desoneração anunciado pela presidente Dilma, na última sexta-feira. A estimativa do presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo, é de que isso ocorra em abril, mas tudo depende do estoque dos estabelecimentos comerciais. O Procon da Paraíba alertou que só vai tolerar um prazo de 20 dias para que a determinação federal seja cumprida.

O Grupo Pão de Açúcar (GPA), que inclui as lojas do Extra, Pão de Açúcar e Assaí, anunciou que será a primeira varejista a promover a desoneração dos impostos dos itens da cesta básica ao consumidor, mas não informou quando os produtos vão chegar mais baratos no bolso do consumidor. A assessoria de imprensa do grupo explicou, em nota, que “negociações comerciais e/ou políticas promocionais interferem na precificação das mercadorias e podem incidir em descontos, o que inviabiliza a fixação de um percentual único de desconto e/ou redução de preços por categoria."

Já o grupo Walmart, que na Paraíba opera as lojas Bompreço, Hiper Bompreço, Todo Dia e Maxxi Atacado, informou que iniciou o processo de repasse total aos produtos compreendidos na MP 609 do governo federal. No entanto, a empresa também não informou a partir de quando a redução nos produtos chegará às prateleiras dos supermercados.

Segundo Cícero Bernardo, na Paraíba, existem cerca de 3.000 supermercados e mercadinhos, mas na ASPB só existem 200 cadastrados. Ele explicou que, como o anúncio da presidente Dilma Rousseff ocorreu na última sexta-feira, a isenção de alguns produtos ainda vai se refletir nas indústrias e só depois na venda a varejo.

“A queda de preços referente à desoneração da presidente Dilma só deverá chegar ao consumidor mais ou menos em abril, só depois da fabricação dos produtos com a isenção dos impostos. Depois disso, há o repassa para as distribuidoras e só depois há a venda no varejo”, frisou.

O secretário executivo do Procon-PB, Marcos Santos, frisou porém, que, apesar do mercado ser livre, tem que haver o bom senso, e o órgão vai aguardar 20 dias para verificar se houve baixa nos preços nos itens da cesta básica no Estado.

“Logo quando houve o anúncio da presidente, entrei em contato com algumas redes de supermercados que informaram que precisam aguardar o estoque acabar. Mas tem que haver o bom senso, e vamos aguardar 20 dias para saber se os produtos da cesta básica estão mais baratos”, frisou.

Neste período, Marcos Santos orientou os consumidores a observarem se o valor dos itens que sofreram desoneração de impostos estão mais baratos. “Caso isso não se confirme, os consumidores devem denunciar ao Procon”, disse.

Enquanto a queda dos preços não chega, o consumidor elogia a decisão da presidente Dilma. “Achei muito importante a decisão da presidente Dilma, inclusive quando ela acrescenta itens de higiene como pasta de dente e sabonete, porque isso também faz parte das nossas necessidades básicas”, afirmou a médica Vanessa Valério Pereira, que estava fazendo compras no Supermercado Santiago, na capital paraibana.

CARNE DEVE CAIR 6%

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada, anunciou ontem que a diferença do preço da carne com desoneração da cesta básica será de 6%. “A carne será um dos itens mais atingidos, pois estava muito onerada", observou. Ele estimou que, para o restante dos produtos, a diminuição será de 3%, pois a "oneração era mais leve".

Yamada salientou também que, no caso de material de higiene pessoal, o impacto será "muito forte". Ele fez esses comentários ao chegar ao Ministério da Fazenda para reunião com o ministro Guido Mantega.

O vice-presidente de assuntos corporativos da BRF, Wilson Melo, disse que iria representar a empresa para falar sobre a desoneração da margarina. De acordo com ele, já havia desoneração para a indústria produtora de carnes.

Duas semanas
A redução a zero de tributos federais para produtos da cesta básica levará duas semanas para ser totalmente repassada ao consumidor, disse ontem o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Fernando Yamada. De acordo com ele, é o tempo de que o comércio precisará para receber os produtos mais baratos das indústrias e recalcular os preços finais.

No entanto, alguns preços cairão imediatamente, antes de a desoneração ser integralmente repassada ao consumidor.

Segundo o presidente da Abras, os preços das carnes e dos produtos de limpeza estarão 6% mais baixos a partir de hoje. Para os demais produtos da cesta básica, a redução totalizará 3%.

O presidente da Abras apresentou os cálculos depois de se reunir por uma hora e meia com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

O encontro também teve a participação do presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia)