Mercado de luxo ignora crise econômica e continua gastando muito

Desde 2012, a capital paraibana ganhou as concessionárias Land Rover, Jaguar, Audi, Volvo, BMW, Mercedes-Benz, e Jeep.

A tão comentada crise financeira, alardeada pelos economistas e comprovada pelos consumidores, ainda está sendo ignorada pelo mercado de luxo em João Pessoa. A maior parte dos empresários do segmento não sentiu abalo nas vendas, e alguns apontam até que tiveram crescimento nos últimos meses. “Aqui a crise não chegou e nem acredito que vá chegar. Acho até que a crise não é assim tão grande quanto se fala na mídia, mas não sei se é porque no meu segmento não tem”, disse o gerente comercial da Newsedan, Ricardo Feitosa, responsável pelas concessionárias Jeep e Mercedes Benz de João Pessoa, que afirmou que as duas lojas estão batendo recordes de vendas.

João Pessoa vem recebendo concessionárias do mercado premium ou de luxo a cada ano. Desde 2012, a capital paraibana ganhou as concessionárias Land Rover, Jaguar, Audi, Volvo, BMW, Mercedes-Benz, e no último mês, a marca norte-americana da Jeep, empresa que faz parte do grupo Chrysler, controlado atualmente pela Fiat. Não é para menos. Somente este ano a classe econômica A de João Pessoa vai gastar com veículos próprios mais de R$ 158,447 milhões. O volume desembolsado com veículos fica atrás apenas dos gastos de alimentação no domicílio (feiras nos supermercados) e de manutenção do lar (tributos, luz, água, gás, telefonia e condomínio).

O coordenador da pesquisa de potencial de consumo IPC Maps, Marcos Pazzini, acredita que isso acontece porque o impacto da crise não afeta a classe A de maneira tão intensa. “Para a classe A o impacto da crise é menor. Existe impacto, mas é bastante reduzido. Não chega a provocar mudança de hábitos de consumo”, opinou.

O diretor da JCP Construções e Incorporações, João Pina Ferreira, concorda. “As crises são cíclicas em economia, mas o Brasil e os grandes empreendimentos não podem ser reféns delas”, afirmou.

Segundo João Pina, a crise não afeta os empreendimentos de alto padrão, como o Solar Tambaú, prédio de luxo que está sendo construído pela JCP. “Os investidores sabem que o valor associado a este tipo de produto não varia conforme a lei econômica do momento e de circunstâncias. Os valores associados são bem mais altos. Crises econômicas só fazem acelerar as decisões de aplicar em bens duráveis”, avaliou.

A gerente da loja Carmen Steffens, Natália Porto, afirmou que a loja cresceu em 50% entre 2014 e 2015. Segundo ela, o bom resultado se deu por causa do investimento da loja em parcerias e publicidade, além de uma pesquisa de mercado. Nos últimos meses, entretanto, houve uma redução de 10% a 15% nas vendas. Independente da crise, a queda está sendo encarada como uma estabilização, já que a loja passou por crescimento acelerado no último ano.

Para a coach e sócia da loja Della’s Iluminação, Anne Kiepe, a alta qualidade dos produtos e do atendimento, que é um diferencial do mercado de luxo, contribui para a manutenção dos negócios, mesmo em tempos de crise.

“Nossa loja tem apenas 18 meses no mercado e, como fazemos um trabalho constante de divulgação, além de mantermos a qualidade dos serviços, dos produtos e do atendimento, nós observamos um aumento constante de clientes e da procura, independente do momento econômico. O cliente está exigente, atento e consciente da situação econômica do país”, disse Anne.

Os reajustes de preço na energia elétrica também impulsionaram as vendas da loja, ainda que indiretamente. “O uso do LED aumentou e com o boom de produtos chineses de qualidade inferior, e consequentemente preços baixos, sentimos a necessidade de informar cada vez mais ao cliente das vantagens de se decidir por produtos de boa qualidade, que é o nosso diferencial, e também da importância do custo/benefício”, explicou.

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