Federações empresariais da Paraíba defendem saída da presidente

Três das cinco federações da classe empresarial do Estado já defendem abertamente impeachment de Dilma.

Dentro de um cenário político conturbado, com impacto direto no desequilíbrio econômico que o país enfrenta, entidades paraibanas não são unânimes sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Das cinco federações de classe empresarial da Paraíba consultadas, três se manifestaram favoráveis ao impedimento da atual presidente, enquanto outras duas se abstiveram, mas todas criticaram os rumos atuais da economia do país (alta de juros, recessão, baixa confiança e ausência de investimentos). Contudo, nenhuma entidade avaliou o teor do processo de  impeachment que está em curso na Câmara dos Deputados.

O presidente da Federação das Indústrias da Paraíba (Fiep-PB), Buega Gadelha, por exemplo, preferiu abster-se das opiniões políticas,  mas cobrou, porém, a volta do equilíbrio do país, independente de quem esteja no poder. Para ele, a entidade prima, sobretudo, pelo desenvolvimento econômico. 
“Somos um sindicato que agrega diversas cores partidárias e nossa missão é primar pelo desenvolvimento do Brasil. Buega lamentou a oscilação da moeda americana e ressaltou  que o clima político impede o consumo dos paraibanos e dos investimentos por parte dos empresários. “O futuro está incerto”.

Em situação semelhante está a Federação do Comércio da Paraíba (Fecomércio-PB), que ressalta ser uma entidade apolítica, mas fez duras críticas à atual conjuntura econômica do país. "A classe empresarial do comércio está altamente insatisfeita com os rumos atuais da economia, que vem penalizando o setor, retirando emprego e reduzindo o consumo", frisou o presidente Marconi Medeiros.

Já o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba,  ressaltou que é totalmente favorável ao impeachment da presidente. “Mas falo como cidadão, não em nome da entidade, porque para tomar uma posição representando a Faepa, teria que consultar todos os 42 integrantes do conselho”. Segundo Borba, o governo federal perdeu a credibilidade e há uma série de fatores que apontam para a mudança. “Estamos pagando uma alta carga tributária, somos o único país que paga Imposto sobre Operação de Crédito, Câmbio e Seguros, os juros passaram de 4% para 11% ao mês. A insatisfação é grande”.

Há ainda entidades que já têm claramente posição favorável à saída da governante petista  como é o caso do presidente da Federação da Câmara dos Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Lopes. Com outro nome no governo, ele acredita em solução para muitas dificuldades. “Os empresários estão inseguros, o país não recebe investimentos e a economia diminuiu. Se um novo presidente assumir, a confiança deve voltar e os problemas diminuírem. O que falta neste governo é gestão. As prioridades não são consideradas”.

O  presidente da Federação das Associações Comerciais da Paraíba (Face), Alexandre Moura, compartilha a mesma opinião.

“Se tiver elementos que justifiquem o impeachment, que seja feito. Estamos entrando numa recessão porque há falta de confiança do governo e indefinição econômica”.