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ECONOMIA

Cenário de seca persiste na PB

Resultado da safra dos três primeiros meses deste ano deve ter queda de 60% sobre o que foi previsto para o período.

Publicado em 03/04/2013 às 6:00


As chuvas ainda estão escassas na Paraíba, o cenário mudou muito pouco desde 2012 e o resultado da safra dos três primeiros meses deste ano deve ter queda de 60% sobre o que foi previsto para o período. O levantamento oficial do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística só começa nos próximos dias de abril, mas, de acordo com o agrônomo do IBGE, José Rinaldo de Souza, a expectativa do início do ano de uma safra de 145 mil toneladas de milho e de 85 mil toneladas de feijão para todo o Estado, as duas principais culturas, deverão ficar bem aquém mais uma vez. “Esta perspectiva foi feita em cima de uma safra normal, porque não podemos fazer de outra forma no início do ano. Mas choveu muito pouco nestes três primeiros meses do ano. No caso do feijão, por exemplo, há expectativa de colheita apenas no Agreste da Paraíba [27 mil toneladas], porque no Sertão não deve haver nada para se colher”, afirmou o especialista.

No Alto Sertão do Estado - de Sousa até Cachoeiras dos Índios – acontece o fenômeno conhecido por 'seca verde'. Contudo a 'mudança' de cenário não impactou na realidade da maioria dos municípios do Sertão, Cariri e Seridó, onde persiste a indefinição de chuvas.

Segundo a meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado (Aesa), Marle Bandeira, em março deste ano, apenas três cidades da Paraíba apresentaram índices de chuvas acima da média prevista para o período. “Foram Pedra Branca, São José de Caiana e Boa Ventura, segundo os dados preliminares. Nos demais casos, o índice está igual ou bem abaixo da média”, informou. A Aesa prevê apenas chuvas isoladas e irregulares para o mês de abril no Sertão, Cariri e Curimataú.

No final de fevereiro, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa-PB), Mário Borba, fez fortes críticas às políticas adotadas pelos governos em um artigo intitulado 'E a seca continua'. Ele advertiu que, “se o que aconteceu [seca forte] em 2012 se repetir em 2013, será o fim da agropecuária do Nordeste”.

Para infelicidade da agricultura familiar que sofre há mais de um ano com a falta d'água, com o endividamento e com a fome, segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura da Paraíba (Fetag-PB), Liberalino Lucena, a seca deste ano pode trazer cenas piores do que àquelas vivenciadas ao longo de 2012. “As chuvas que tivemos foram variadas, chove aqui e não chove na cidade vizinha. Agora, é a questão da água para o consumo do sertanejo que preocupa, porque os açudes estão secos. Conheço produtores que já perderam 300 cabeças de gado, 100 cabeças de gado. Enfim, este ano não há perspectivas e a situação é de grande dificuldade”, comentou.

Mário Borba acrescentou que há previsão de um inverno menor do que a média esperada para o Estado. “Espera-se um inverno 40% menor para a Paraíba. A seca precisa mesmo de políticas de governo, pois muito produtor sequer tem dinheiro para a feira”, completou.

Dívidas já chegam a R$ 10 bilhões

Segundo Mário Borba, a dívida do produtor nordestino já chega a R$ 10 bilhões. Um valor, conforme explica, bem inferior à renúncia fiscal que o governo vem concedendo ao setor automobilístico – com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) desde 2012. “Além disso, a renúncia da União na zona franca de Manaus é de R$ 25 bilhões. Por que não perdoar a dívida do produtor rural nordestino, quando a concessão vem sendo feita em outros casos?”, questionou.

O presidente da Fetag-PB, Liberalino, acredita que o perdão das dívidas da agricultura familiar não é uma solução para a seca paraibana, mas poderia aliviar o peso que o produtor vem carregando. “O produtor solicitou o empréstimo para plantar e colher. Se a seca persiste, ele não tem como pagar nem parte da dívida, nem a dívida toda. Como pagar, se eles não têm nada? O perdão das dívidas é o único caminho neste contexto”, pontuou.

Para o secretário de Estado de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, Marenilson Batista, de fato, esta é uma opção que deve ser analisada. “Sobretudo com os efeitos desta estiagem prolongada, que deram prejuízos consideráveis à agropecuária e à pesca”, disse.

O secretário afirmou que o governo do Estado vem trabalhando em diversas frentes para minimizar os efeitos da estiagem para o produtor local. Ele listou o Programa Emergencial de Manutenção do Rebanho Paraibano, o Garantia Safra e o Programa Palma Resistente como algumas das medidas.

Marenilson revelou que será lançado no primeiro semestre deste ano o 'Tarifa Verde', que barateia a tarifa de energia elétrica em alguns horários para os agricultores irrigantes, visando reduzir os custos de produção da agricultura familiar.

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Jornal da Paraíba

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