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ECONOMIA

Cesta sem tributos criaria 416 mil postos

Eliminação dos tributos federais sobre a cesta básica provocaria perda de R$ 5,1 bilhões no caixa da União.

Publicado em 14/08/2012 às 8:00

Incluída em uma das medidas provisórias do Plano Brasil Maior e aguardando sanção da presidenta Dilma Rousseff, a eliminação dos tributos federais sobre a cesta básica provocaria perda de R$ 5,1 bilhões no caixa da União. De acordo com um estudo feito pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), com base em números do próprio governo, essa perda de arrecadação, no entanto, seria revertida em três anos por causa dos benefícios que a desoneração desses alimentos geraria sobre a economia.

De acordo com o estudo, a desoneração, na prática, injeta na economia muito mais do que deixa de ser arrecadado pelo governo. A eliminação do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), cujas alíquotas somam 9,25% sobre o valor adicionado em cada etapa da cadeia produtiva, colocaria R$ 10,9 bilhões em circulação. Isso equivale a 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de tudo o que o país produz.

Isso seria possível porque a eliminação dos dois tributos se refletiria na queda dos preços dos alimentos e, portanto, elevaria a renda da população. O dinheiro extra seria gasto no comércio e em serviços, o que cria um efeito multiplicador sobre a produção e o emprego. Segundo o estudo, 416 mil postos de trabalho seriam criados no país apenas com a medida.

O gerente do Departamento de Agronegócio da Fiesp, Antonio Carlos Costa, diz que a desoneração da cesta básica beneficia principalmente as famílias mais pobres, que proporcionalmente gastam mais com a alimentação e pagam mais impostos sobre o consumo do que a população de maior renda. “Cerca de 70% dos brasileiros sobrevivem com até dois salários mínimos e consomem, em média, 30% do orçamento com a alimentação.

Para as famílias mais ricas, esse gasto corresponde a apenas 10% da renda”, destaca.

Para Costa, a desoneração se justifica levando em conta a incidência de tributos sobre os alimentos em outros países. No Brasil, esses produtos pagam, em média, 16,9% de impostos, contra 5,1% na Europa e apenas 0,7% nos EUA.

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Jornal da Paraíba

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