ECONOMIA
CG já sob efeito do São João
Festa aquece a economia local e para este ano é esperado um incremento de 15%, com movimentação financeira superior a R$100 milhões.
Publicado em 25/03/2012 às 6:00
Cultura, arte, tradição e negócios. Além de representar tudo isso e ser a maior festa popular da Paraíba, o 'Maior São João do Mundo' de Campina Grande também é sinônimo de movimentação econômica do município. As projeções para a edição deste ano do evento que projeta a Rainha da Borborema como a capital do forró, internacionalmente, são de que os 31 dias de festa movimentem cerca de R$ 115 milhões na economia da cidade, um incremento 15% maior que no ano passado, quando o poder público municipal estima ter gerado R$ 100 milhões.
O montante é o somatório do investimento feito por grandes, médios e pequenos empreendedores, que já iniciam os seus preparativos meses antes do início do arrasta-pé.
Gente simples, mas determinada como a aposentada Adélia Andrade Farias Queiroz, que há 21 anos dedica boa parte do espaço de sua casa, na rua João Maurício de Medeiros, no bairro do Monte Santo, para alugar vestidos característicos do período junino.
Com o espírito empreendedor, ela mantém hoje um estoque de mais de 600 peças, que atendem aos mais variados clientes e interesses.
Com o passar dos anos, o crescimento da clientela e a procura foi tanta que ela resolveu ampliar a própria casa, transformando a parte superior em uma espécie de 'ateliê' para a festa junina, onde ficam armazenados os produtos. “É um bom negócio, tanto para a gente, que aproveita a renda extra, como para quem aluga. De fato hoje não tem mais futuro fazer roupas desse tipo. Sai mais barato alugar mesmo e não ter dor de cabeça durante a festa”, comemora a empreendedora, acrescentando que os preços dos aluguéis variam entre R$ 20 e R$ 80 por dia.
“Depende muito do tipo e da qualidade do vestido. Nós temos uma demanda muito grande das escolas. No fim de semana que antecede o São João, por exemplo, a gente praticamente aluga todo o nosso estoque. Eu comecei com as minhas filhas. Todo ano eu fazia vestidos e percebi que aqui na cidade não havia locadoras. Aí resolvi colocar uma 'plaquinha' pequena na minha porta e funcionou”, relembra Adélia, ao contar como surgiu a ideia de prestar o serviço de aluguel.
Os setores de serviços, da indústria têxtil e do comércio também saem faturando com o evento que demanda uma série de produtos. Mas o ramo da hotelaria e de restaurantes consegue obter um acréscimo ainda mais significativo com a chegada de milhares de turistas que visitam a cidade no período. “Ano passado tivemos uma geração de cerca de dez mil empregos diretos e indiretos. Este ano, com todo o trabalho de divulgação e as ações que fizemos, esperamos colher frutos e termos essa perspectiva ampliada para doze mil”, projeta o secretário de Desenvolvimento campinense, Gilson Lira.
Para o presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes da cidade (SindCampina), empresário Divaildo Bartolomeu, a tendência é que a festa em 2012 se transforme em um momento ainda mais atrativo para o setor. “A nossa expectativa é a melhor possível. Os contatos que temos tido com as agências de viagens, com pessoas ligadas ao turismo e com outras regiões demonstram que iremos ter uma grande movimentação na cidade. Isso irá refletir diretamente no crescimento da economia”, frisou. Em Campina Grande, segundo a entidade, estão em atividade atualmente 2.568 leitos e quase 80 restaurantes cadastrados junto ao SindCampina. “A gente trabalha com uma perspectiva de aumento desse fluxo em 10%”, resumiu.
O Maior São João do Mundo este ano irá homenagear o centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. A abertura já tem data marcada, o dia 1º de junho. A festa proseguirá até 1º de julho, totalizando 31 dias de forró. No primeiro dia do evento a prefeitura municipal confirmou as presenças dos cantores Flávio José, Capilé e os Três do Nordeste. Além deles, também participarão da festa artistas como Dominguinhos, Elba Ramalho e vários outros artistas conhecidos em todo o Brasil.
Comentários