Comércio paraibano tem queda de 13,6%

O volume de vendas do comércio paraibano registrou queda de 13,6% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, conforme Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a maior queda registrada no país, cuja média ficou em -4,5% em relação a maio de 2014. Apenas dois Estados apresentaram resultados positivos: Roraima com 8,3%, e Sergipe com 3,7%.

No comércio varejista ampliado - que inclui veículos e motos, partes e peças e também material de construção - a queda foi de 17,5% na Paraíba, e de 10,4% no país, onde foi puxada principalmente pelos segmentos de móveis e eletrodomésticos. No comércio ampliado, apenas Roraima teve resultado positivo (2,5%).

De janeiro a maio deste ano, a Paraíba acumula queda de 7,7% no volume de vendas do varejo. Considerando os últimos 12 meses, a queda acumulada é de 1,9%. A queda nas vendas já vinha acontecendo de forma acentuada em meses anteriores. O volume de vendas já havia caído 4% em março, passou para -11% em abril e finalmente atingiu os -13,6% em maio.

O presidente da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Lopes Neto, destacou que o problema não é exclusivo da Paraíba, e acontece em todo o país, apesar de o Estado ter mostrado índices mais acentuados de queda nas vendas. Ele comentou ainda, que no mês de maio também foi registrado um aumento de 7,86% na inadimplência dos consumidores.
“Mesmo sendo o mês do Dia das Mães, que é uma data comemorativa que geralmente movimenta bastante o comércio, maio foi um mês fraco nas vendas. Esse dia das mães foi pior do que o do ano passado”, afirmou.

Para José Lopes, o resultado da próxima pesquisa, referente ao mês de junho, deverá trazer números melhores, pois as festas juninas aqueceram mais o comércio do que o próprio Dia das Mães, principalmente nas cidades onde há grandes comemorações, como é o caso de Campina Grande. “Digo isso por experiência própria até. Na minha loja, junho foi bem melhor do que maio”, contou.

Já o consultor de varejo Jairo Pontes afirmou que a tendência é de queda no volume de vendas até o final do ano. “Nossa economia era muito movimentada pela classe C, que foi se endividando. Além disso, o desemprego foi aumentando e a taxa de juros subindo. A classe C é a mais sensível em crises econômicas. É a primeira a ser atingida e a última a se recuperar”, disse. Segundo Jairo, o comércio deve começar a sua recuperação no primeiro semestre de 2016, mas os resultados positivos só deverão aparecer no segundo semestre do próximo ano.

VENDAS DOS ESTADOS DO NORDESTE EM MAIO
Sergipe 3,70%
Ceará -4,50%
Rio Grande do Norte -4,90%
Maranhão -6,60%
Alagoas -6,60%
Piauí -8,20%
Pernambuco -9,00%
Bahia -9,60%
Paraíba -13,60%

Fonte: PMC-IBGE