ECONOMIA
Construção fatura R$ 1,5 bilhão
Alta no setor foi superior a 53,2% sobre o ano anterior; os dados são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC) e divulgados pelo IBGE.
Publicado em 16/06/2012 às 6:00
Impulsionado pelo avanço do crédito imobiliário e de obras de infraestrutura, o setor da construção civil da Paraíba faturou R$ 1,532 bilhão em 2010 em incorporações, obras e serviços, alta de mais de 53,2% sobre o ano anterior (R$ 999 milhões). As informações são da Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada ontem pelo IBGE com os últimos dados disponíveis para o setor.
Segundo o levantamento, a Paraíba tinha 626 empresas na área de construção, número 20,61% superior ao registrado em 2009 (519).
A pesquisa traz dados aprofundados sobre a área da construção civil referentes à situação do país e de cada região e estado brasileiro no ano de 2010. Os números apontam um avanço considerável no setor aqui na Paraíba. Além da alta no faturamento, os dados mostram que, em 2010, o Estado somava 27.554 pessoas trabalhando na área (considerando as empresas de cinco funcionários ou mais), havendo um aumento de 39,4% no número de pessoal ocupado com relação a 2009, quando esse valor foi de 19.770.
Esse crescimento chega a ser superior ao constatado em todo o Nordeste. A região apresentou um aumento de 31,6% na quantidade de pessoal empregado no setor da construção, com uma variação de 358.313 para 471.706 trabalhadores. Já com relação ao número de empresas ativas, o Nordeste passou das 9.031 para as 10.799, o que representa uma alta de 19,5% de 2009 para 2010, variação pouco superior à registrada na Paraíba.
O panorama de ampliação da quantidade de trabalhadores na Paraíba e no Nordeste acarretou um gasto ainda maior nos custos da construção civil. Em 2009, as empresas paraibanas gastaram R$ 168,517 milhões apenas com o pagamento de salários. No ano seguinte, a remuneração dos funcionários somou uma quantia de R$ 235,521 milhões. Comparando os valores, as empresas do ramo passaram a gastar 39,7% a mais, consequência inevitável do boom pelo qual a construção vem passando nos últimos anos.
O presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil em João Pessoa (Sinduscon-JP), Irenaldo Quintans, garante que o saldo positivo da Paraíba não é à toa. “Em 2010, houve ampliamento do crédito bancário, além da tomada de algumas medidas por parte do governo com o objetivo de mitigar os efeitos da crise europeia, que eclodiu no final de 2009, a exemplo da redução do IPI em alguns materiais de construção e investimentos maciços no programa Minha Casa Minha Vida. O somatório desses fatores foi o principal responsável por alavancar a construção civil”, comentou.
Ainda de acordo com Irenaldo, os números de 2011 devem continuar mostrando alguma vitalidade, como resultado do esforço de 2010, mas deve haver uma ligeira diminuição nesse ritmo em 2012. “Apesar da redução das taxas de juros e das elevações dos prazos de financiamentos nos bancos, espera-se uma leve retração do consumo imobiliário, pois as famílias estão com a capacidade de endividamento no limite e o potencial de investimentos do governo em habitação e infraestrutura também está bem abaixo do previsto”, finalizou o engenheiro.
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