Crédito para compra de imóveis usados sobe para até 80%

A Caixa Econômica Federal expandiu o crédito para imóveis usados. Agora, o limite financiado sobe de 50% para 70% sobre o valor avaliado do imóvel para trabalhadores do setor privado, enquanto para os funcionários públicos a taxa subiu de 60% para até 80%. A medida visa reaquecer o mercado imobiliário de usado e impulsionar a indústria da construção civil com a revenda sendo aplicada em novos imóveis.

Para o presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), Rômulo Soares, a medida pode melhorar o mercado, que teve uma queda de 14% no ano passado, no Estado, mas o valor da entrada do imóvel ainda continua alto.

O limite de financiamento para imóveis usados havia sido reduzido pela Caixa em maio de 2015, quando caiu de 80% para 50%, acarretando prejuízo para o setor. Rômulo cita que para adquirir um imóvel de R$ 300 mil, por exemplo, o comprador vai ter de arcar com, no mínimo, R$ 90 mil. “O financiamento é com base na avaliação da Caixa, não no valor pedido pelo dono do imóvel, então se a Caixa avalia que o imóvel vale R$ 270 mil, vai liberar R$ 189 mil, devendo o comprador arcar com R$ 111 mil de entrada”.

O aumento de crédito vale para financiamentos feitos dentro do SFH (Sistema Financeiro de Habitação), que inclui os imóveis no valor de até R$ 750 mil. Segundo o presidente do Creci-PB, era impraticável para os negócios, alguém ter 50% do valor de um imóvel para dar de entrada. “Com esta restrição da Caixa, muitos consumidores procuraram outros bancos, como Banco do Brasil e Bradesco, mas como as taxas de juros são maiores que na Caixa, os negócios foram reduzidos”,

A restrição de crédito acarretou a queda dos valores dos imóveis, principalmente os com valores acima de R$ 500 mil. “Estes imóveis são os que estão na zona norte de João Pessoa. Por exemplo, um proprietário estava pedindo R$ 650 mil por uma casa de 650 metros quadrados, mas baixou para R$ 450 mil porque não conseguia fazer negócio. Ou seja, uma diminuição de 30%”, contextualizou.

Já na zona sul, Rômulo diz que houve uma pequena retração nas vendas, mas sem ocasionar queda nos preços. “Ainda encontramos imóveis com uma média de 65 metros quadrados de até R$ 100 mil, no Valentina ou no Geisel”.

Caixa reabre financiamento do 2º imóvel

As mudanças nas regras da Caixa Econômica Federal voltaram a permitir o financiamento de um segundo imóvel para quem ainda está com contrato vigente com o banco. De acordo com a presidente da Caixa, Miriam Belchior, com a reabertura do crédito, o cliente poderá ter dois imóveis financiados simultaneamente ou ganhar tempo para vender o primeiro imóvel.

Conforme a presidente da Caixa, as condições do novo financiamento seguem as mesmas do primeiro. Não foram dados mais detalhes.

A Caixa terá acesso a R$ 16,1 bilhões dos R$ 21,7 bilhões anunciados pelo conselho curador do FGTS. Do total destinado ao banco, R$ 7 bilhões serão para a linha pró-cotista, R$ 6,7 bilhões para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e R$ 2,4 bilhões para a linha de operações especiais - destinados à construção civil para produção de imóveis de até R$ 500 mil para pessoas físicas.

A reportagem conversou, por telefone com o superintendente da Caixa, na Paraíba, Celizo Bezerra, para obter mais detalhes sobre as novas condições de financiamento do segundo imóvel, mas ele afirmou que só poderia falar sob intermédio da assessoria de imprensa.

PRÓ-COTISTA

Na linha Pró-cotista, as pessoas que tiverem conta vinculada ao FGTS terão taxa de juro melhor, que vai variar de 7,85% a 8,85% ao ano. Para ter acesso, é preciso possuir, no mínimo, três anos de trabalho sob o regime do FGTS, consecutivos ou não, na mesma empresa ou empresas diferentes.

Novas regras para imóveis usados

Imóveis usados avaliados em até R$ 750 mil
Prazo de financiamento do imóvel 360 meses (30 anos)
Taxa limite de financiamento do imóvel usado sobe de 50% para 70%
Servidores públicos podem financiar até 80%

Montante disponibilizado é de R$ 16,1 bilhões oriundos do FGTS
R$ 7 bilhões são para pro-cotista, com taxas de 7,85% a 8,85% ao ano
R$ 6,7 bilhões são para os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI)
R$ 2,4 bilhões para a linha de construção de imóveis de até R$ 500 mil