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ECONOMIA

Crise faz o varejo da PB fechar 294 lojas no espaço de um ano

Apesar disso, Estado manteve índice de fechamento de estabelecimentos menor do que o restante do país.

Publicado em 13/02/2016 às 11:00

A Paraíba encerrou o ano passado com 294 lojas do varejo fechadas, uma retração de 5,5% no volume de unidades do segmento que empregava pelo menos um funcionário. Esta foi a primeira queda registrada nos últimos 10 anos no Estado. O forte recuo nas vendas (-14,5%), redução na renda do paraibano (-3%) e maior desemprego (-15 mil postos) foram os principais fatores que contribuíram para este quadro. Os dados são do estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O economista da CNC, Fábio Bentes, lembrou que a perda da renda do consumidor do Estado foi uma das principais influências para o fechamento das lojas, já que nacionalmente não houve perda no rendimento do brasileiro e sim estabilidade (0,5%). “Com a inflação alta, desemprego, crédito mais caro, o consumo caiu”, frisou Bentes, acrescentando que o número de postos de trabalho perdidos somente no varejo local no ano passado foi de 1.494 vagas.

O economista frisou, porém, que o empresário paraibano ainda está mais otimista do que a média do país porque mesmo registrando uma retração nas vendas superior à média nacional, manteve um índice de fechamento de lojas menor do que no país. Para se ter ideia, o recuo do número de estabelecimentos fechados foi maior (-13,4%). As 294 lojas do varejo encerradas na Paraíba representaram apenas 0,3% do total que foram fechadas no país (95,4 mil).

Além da Paraíba (-5,5%), as menores taxas de mortes de empresas do varejo ficaram com Tocantins (-1,4%), Amazonas (-3,8%) e Piauí (-5,2%). Já Roraima (+16,4%) foi o único Estado do país que registrou crescimento de estabelecimentos em 2015.

“Isso significa dizer que o empresário paraibano tem esperança de recuperar as vendas e ainda não 'jogou a toalha”, avaliou Bentes. No entanto, o economista não estimou uma reação no consumo paraibano este ano e para ele a tendência do comércio para atrair consumidores será de apostar nas liquidações.

“Não temos indício de recuperação da economia e consequentemente do comércio por causa da inflação em alta, crédito caro e mais perda de renda. Com isso, o varejo deverá manter a estratégia de liquidação, que ajuda a não piorar a baixa nas vendas. Acredito que este ano a Paraíba não vá registrar números positivos no varejo porque todos os setores estão sofrendo com a crise”.

A dica do economista para o empresário não perder muita margem de lucro com a sequência de promoções realizadas ao longo dos meses é renegociar e buscar novos fornecedores. “Deve-se também fugir do dólar comprando menos itens importados”.

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Jornal da Paraíba

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