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ECONOMIA

Diversidade cultural atrai turistas ao Salão de Artesanato da Paraíba

Com o tema “Nossa Arte tem Fibra”, esta edição do Salão destaca os artigos que usam as fibras vegetais como matéria-prima

Publicado em 05/01/2014 às 10:00 | Atualizado em 22/05/2023 às 12:41

Nas mãos de quem conhece a técnica, o sisal se transforma em obra de arte. Cipó, madeira e fibra aos poucos ganham formas variadas e enchem os olhos de quem observa o trabalho manual. São móveis, brinquedos, objetos de decoração e vários outros produtos que encantam os visitantes que percorrem os corredores do 19º Salão de Artesanato da Paraíba.

Com o tema “Nossa Arte tem Fibra”, esta edição do Salão destaca os artigos que usam as fibras vegetais como matéria-prima. O evento conta com peças de mais de 4 mil artesãos de todas as regiões do Estado. São mais de 3,5 mil metros quadrados de área, abrangendo todas as tipologias do artesanato paraibano: fios, madeira, algodão colorido, fibra, cerâmica, couro, tecelagem, brinquedo, pedra, metal, osso, artesanato indígena, cordel, xilogravura, habilidades manuais e ainda conta com um espaço que destaca a gastronomia regional.

Considerado um dos maiores eventos de artesanato do país, o 19º Salão de Artesanato da Paraíba destaca trabalhos produzidos em 130 municípios. Com habilidade e inovação, os artesãos apresentam trabalhos feitos em suas comunidades e ganham espaço para consolidar sua arte manual.

Para a gestora do Programa de Artesanato da Paraíba (PAP), Ladjane Barbosa, o evento é uma oportunidade para melhorar o orçamento dos artesãos. “O artesanato é hoje uma atividade que garante ocupação e renda para milhares de famílias que tinham apenas a pesca como meio de sustento. A região do Curimataú, por exemplo, foi um dos maiores produtores regionais do sisal e, atualmente, várias instituições tentam resgatar essa cultura que fez e faz parte da vida de muitas famílias”, revelou a gestora.

A diversidade cultural da exposição atrai o olhar curioso dos visitantes e turistas que procuram no Salão um momento de lazer ou lembranças da cidade para parentes e amigos de fora.

Dentre as inúmeras opções, é possível destacar as peças feitas em madeira que são responsáveis pelo maior volume de vendas do Salão. De acordo com balanço parcial, no período de 19 a 28 de dezembro de 2013 foram vendidas 976 peças em madeira, o que corresponde ao valor de R$ 42.520. As outras tipologias mais vendidas foram habilidades manuais, 2.737, (R$ 40.180); gastronomia, 1.785 (R$ 27.677); couro, 976 (R$ 22.827) e fios, 362 (R$ 21.693).

O artesanato indígena também ganhou destaque nesta edição do Salão. Na abertura, índios dançaram o toré em sinal de celebração e reafirmação de sua identidade cultural. No evento, os visitantes podem conferir um espaço especial indígena em uma grande oca. O local foi ambientado com utensílios, comidas, objetos de caça, publicações e orientação da cultura feitas pelos próprios indígenas da Baía da Traição. Já na parte externa, jangadas também estão expostas. Cestaria, cerâmica, adornos e enfeites como bijuterias, saias e cocares feitos em fibras vegetais, sementes e quengas de coco são as peças produzidas por nossos índios que, até os dias atuais, utilizam os mesmos costumes e técnicas dos ancestrais.

O casal de turistas Sara e Henrique Garcia, naturais da Espanha e Goiânia, respectivamente, estão na Paraíba pela primeira vez e se encantaram com o que viram. “Procurávamos um lugar tranquilo e bonito para passar as férias e encontramos João Pessoa. No Salão nos sentimos em casa porque tem tudo a ver com nosso trabalho, pois sou historiadora da arte e meu marido designer e queremos levar um pouquinho de cada coisa para casa. Aqui é possível encontrar coisas diferentes, originais e nada industrializados. Acertamos na escolha do destino”, afirmou Sara.

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Jornal da Paraíba

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