ECONOMIA
Economia cresce 2,7%, diz IBGE
Expansão ficou abaixo das projeções do governo, desaceleração da economia, pode ser reflexo do forte crescimento, registrado em 2010.
Publicado em 07/03/2012 às 6:30
Abatida pelos efeitos da inflação alta e da crise externa, a economia brasileira cresceu apenas 2,7% no ano passado. O resultado, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), representa pouco mais de um terço da expansão de 2010 (7,5%) e ficou bem abaixo das projeções apresentadas pelo governo (5%) e pelos economistas de mercado (4,5%) no início de 2011.
A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) no quarto trimestre ante o terceiro foi de apenas 0,3%, uma recuperação modesta depois da estagnação registrada nos três meses anteriores.
O PIB é a soma das riquezas produzidas em determinado intervalo de tempo. O PIB brasileiro somou R$ 4,143 trilhões em 2011 em valores correntes.
A desaceleração da economia brasileira em 2011 é reflexo do forte crescimento registrado no ano anterior. Após a crise financeira de 2008/2009, o governo adotou várias medidas para estimular a economia, que passou por uma forte recuperação em 2010.
No entanto, essa rápida retomada acabou por pressionar a inflação, o que exigiu que o governo revertesse sua política e adotasse medidas para desestimular o crescimento, como elevação dos juros e restrições ao crédito.
Essas medidas atingiram sua potência máxima no segundo semestre de 2011, justamente quando a crise europeia se agravou. A soma desses dois fatores provocou um rápido esfriamento da economia. O PIB per capta ficou em R$ 21.252, uma alta real (ou seja, acima da inflação) de 1,8% em relação a 2010.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse que "o crescimento de 2,7% do PIB em 2011 foi muito significativo para o país, considerando-se principalmente a conjuntura internacional adversa. O resultado colocou o Brasil na sexta posição na economia mundial e apesar da desaceleração em relação ao ritmo obtido em 2010, a criação líquida de empregos formais em 2011 foi firme, alcançando cerca de 2 milhões, assegurando mais avanços na inclusão e distribuição da renda. Importante também observar a expansão de 4,7% na Formação Bruta de Capital Fixo, no ano passado, desempenho que confirma o vigor do nível dos investimentos na economia brasileira e reflete expectativas positivas para 2012", comentou.
Já o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, avaliou, por meio de nota, que “o fraco” resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 não surpreendeu o setor. Ele creditou à política monetária do país a responsabilidade pelo baixo crescimento de 2,7% da economia em 2011, abaixo da expansão média de 3,8% prevista para o crescimento mundial.
Skaf citou a política de câmbio, os juros elevados; a alta carga tributária; o custo de energia; os spreads bancários e a expressiva concorrência com os importados, que está relacionada ao câmbio.
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