Embrapa pesquisa novas cores do algodão colorido

Diante do 'freio' na produção e do desaquecimento do 'boom' inicial da chegada do produto na indústria, o desafio dos pesquisadores da Embrapa Algodão, com sede em Campina Grande, agora é criar novas variedades que possibilitem uma 'renovação' no mercado têxtil e proporcione uma maior diversidade de cores para os consumidores. Pesquisas realizadas pelo setor de melhoramento genético do órgão estão avançadas e pretendem desenvolver o algodão nas cores rosa, lilás e azul.

“Nós estamos tentando derivar os tons marrons. Mas além disso os estudos estão avançados no sentido de produzirmos as variedades rosa e lilás. A longo prazo, temos um projeto um pouco mais ambicioso de termos um algodão azul. Mas essa variedade é um pouco mais complexa e envolve um processo de genética mais apurado. Estamos trabalhando nesse sentido”, adiantou Luiz Paulo Carvalho, pesquisador da Embrapa Algodão na área de melhoramento genético.

As variedades naturalmente coloridas pesquisadas pela Embrapa Algodão dispensam o uso de corantes químicos, por isso não poluem o meio ambiente e ainda representam uma economia de cerca de 70% de água no processo de acabamento da malha.

Além disso, o algodão colorido constitui uma importante fonte de renda para cerca de mil agricultores familiares dos Estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará, que colhem o produto à mão e conseguem obter um preço acima do algodão convencional.

Ao todo, a Embrapa Algodão já disponibilizou cinco variedades diferentes para o mercado. As tonalidades vão do verde claro aos marrons claro, escuro e avermelhado. A primeira foi a BRS 200 Marrom, lançada em 2000; em seguida veio a BRS Verde (2003); e a BRS Safira e a BRS Rubi (em 2005), e, por último, a BRS Topázio, lançada em 2010. As variedades coloridas foram obtidas via processos convencionais do melhoramento genético sem uso de transgenes.