ECONOMIA
Empreendedores negros são 58% na PB
Além de empreenderem em maior número que no passado, os empresários afrodescendentes apresentaram também um aumento de escolaridade.
Publicado em 10/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:23
Depois de trabalhar 5 anos como empregada em um salão de beleza, a cabeleireira Maria Cristina da Costa Silva, 47 anos, conseguiu realizar o sonho de ter seu próprio negócio e há 9 anos abriu a sua empresa no Bairro dos Estados, em João Pessoa.
Ela faz parte dos empreendedores negros que estão presentes em 58,4% dos pequenos negócios existentes na Paraíba, segundo levantamento realizado pelo Sebrae, com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), 2011.
A média paraibana é superior em nove pontos percentuais à nacional, já que os donos de pequenos negócios da raça negra representam 49% do total registrado no Brasil. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2001 e 2011, o número de donos do próprio negócio no país cresceu 13%. Nesse mesmo período, a quantidade dos que se declaravam pretos e pardos cresceu 29%.
Em função disso, a participação dos negros passou de 43% para 49% do total de empreendedores do país, um crescimento de 29%. Entre os brancos, o aumento de empreendedores no mesmo período foi de 1%.
Para Maria Cristina da Costa Silva, não foi fácil a implantação do seu salão, mas ela enfocou que com persistência e capacitação é possível ser empreendedora. O dado positivo é que ela não só conseguiu ter seu empreendimento, como também emprega mais três pessoas no salão Cris Fios e Formas.
“Antes de abrir meu salão fui empregada e mais tarde sócia de outro salão de beleza. Mas há nove anos abri minha empresa. Essa foi a profissão em que me especializei e sempre quis trabalhar. Mas não foi fácil realizar este sonho. Batalho todos os dias para mantê-lo, procurando sempre um diferencial”.
Além de empreenderem em maior número que no passado, os empresários afrodescendentes apresentaram também um aumento de escolaridade, segundo apontou o estudo do Sebrae. Apesar de ainda possuírem menos tempo de estudo do que os brancos, o nível escolar desse público teve um crescimento de 41% nos dez anos analisados, enquanto que entre os brancos o aumento foi de 17%.
A pesquisa apontou que há defasagem no faturamento médio dos donos de negócio negros e brancos. Em uma década, o rendimento dos empreendimentos comandados por afrodescendentes cresceu 70%, ante 37% dos demais. Entre 2001 e 2011, o rendimento médio real desses negócios passou de R$ 612,00 para R$ 1.039,00 por mês, enquanto no grupo dos empresários da raça branca a expansão foi de R$ 1.477,00 para R$ 2.019,00
Outro dado negativo apontado pela pesquisa é que os negros possuem menos tempo de estudo do que os brancos. O nível escolar desse público teve um crescimento de 41% nos 10 anos analisados, enquanto que entre os brancos o aumento foi de 17%. Entre a totalidade de empreendedores negros, a escolaridade passou de 4,4 anos de estudo para 6,2 anos na década.
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