ECONOMIA
Emprego na indústria tem maior queda desde 2001
Índice recuou 1,8% em dezembro; ano fechou com alta de 2,1%. Número de horas pagas aos trabalhadores recuou 1,7%.
Publicado em 09/02/2009 às 8:32
Do G1
O emprego na indústria nacional registrou queda de 1,8% em dezembro frente ao mês anterior, a maior desde o início da série, em 2001. Foi o terceiro recuo mensal consecutivo do indicador, que já havia registrado variação negativa de 0,6% em novembro, acumulando baixa de 2,5%.
No ano, o resultado ficou positivo, com crescimento de 2,1%. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o indicador teve a primeira taxa negativa, de –1,1%, após 29 meses consecutivos de expansão, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na análise trimestral, o quarto trimestre de 2008 registrou variação positiva de 0,3% frente a igual período de 2007, mas na comparação com o trimestre imediatamente anterior - série ajustada sazonalmente - recuou 1,1%, interrompendo uma série de dez trimestres de expansão nessa comparação.
"Em síntese, a mudança do quadro macroeconômico a partir de setembro teve impactos negativos sobre a atividade industrial e, consequentemente, sobre o número de horas pagas e o emprego. A desaceleração nestes indicadores ficou evidente nas comparações mensal e trimestrais, com reflexos no fechamento do ano", diz o IBGE em nota.
Setores e regiões
Na comparação com dezembro de 2007, o contingente de trabalhadores ficou 1,1% no último mês do ano passado. Houve redução em 11 dos 14 locais pesquisados. As regiões que mais influenciaram negativamente o índice, de acordo com o IBGE, foram São Paulo (-0,8%), Santa Catarina (-3,2%), Paraná (-3,1%) e região Nordeste (-2,0%). O estado de São Paulo, que responde por aproximadamente 35% do emprego industrial, não mostrava queda nesse indicador desde abril de 2004 (-0,8%).
Nesses locais, os segmentos que mais contribuíram para a redução do emprego foram vestuário (-11,3% e -14,2% nas indústrias paulista e catarinense, respectivamente); madeira (-21,0%) na indústria paranaense; e têxtil (-8,3%) na indústria nordestina.
No total do país, os principais destaques negativos na média global foram vestuário (-8,4%), calçados e artigos de couro (-8,7%) e madeira (-11,9%).
Já no fechamento do ano de 2008, o contingente de trabalhadores registrou expansão de 2,1%, praticamente repetindo o resultado de 2007 (2,2%), com destaque para as contribuições positivas de São Paulo (3,0%), Minas Gerais (4,2%), região Norte e Centro-Oeste (2,6%) e Rio Grande do Sul (2,1%).
Em termos setoriais, a liderança ficou com máquinas e equipamentos (10,4%), meios de transporte (8,5%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (10,6%) e alimentos e bebidas (2,3%).
Horas pagas e folha de pagamentos real
Em dezembro, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 1,7% pelo segundo mês consecutivo, no confronto com o mês imediatamente anterior. Frente a dezembro de 2007, o número de horas pagas recuou 1,8% em dezembro, na menor taxa desde dezembro de 2003 (-1,9%). Com isso, o indicador acumulado em 2008 ficou em 1,9%.
A folha de pagamento real fechou o ano de 2008 com ganho de 6,0%, mas recuou 0,7% no confronto com novembro. Frente a dezembro de 2007, houve alta de 4,1% - a 33ª taxa positiva consecutiva.
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