ECONOMIA
Exportações crescem, mas ainda acumulam queda
Apesar da alta de 114,72% em relação ao mês de setembro, vendas caíram 43,41% se comparadas com outubro do ano passado.
Publicado em 29/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 12:26
Com US$ 18,106 milhões de vendas, as exportações paraibanas registraram em outubro o melhor faturamento do segundo semestre deste ano, alta de 114,72% em comparação a setembro (US$ 8,432 milhões). Já na comparação com outubro do ano passado ( US$ 31,999 milhões), o volume amarga queda de 43,41%.
No acumulado do ano, o setor também registrou queda (24%) nas exportações. De janeiro a outubro deste ano, o mercado paraibano vendeu US$ 148,367 milhões de produtos e no mesmo período de 2012 este volume foi superior, US$ 243,369.
Tradicionalmente, a empresa que mais exporta na Paraíba, Alpargatas, apresentou queda de 18,65% no acumulado do ano, registrando US$ 71,353 milhões de itens vendidos para fora do país no mês passado. A indústria de calçados detém 48,09% das exportações paraibanas. Para se ter ideia, a empresa que vem em segundo lugar em volume de itens comercializados para outros países é a Millennium Inorganic Chemicals Mineração LTDA, com US$ 10,829 milhões exportados até outubro e participação de apenas 7,30% no mercado. Veja o quadro completo.
Em outubro, as importações somaram US$ 57,075 milhões na Paraíba, uma variação de 11,76% sobre setembro. Com este resultado, a balança comercial fechou com déficit e apresentou saldo de US$38,970 milhões. Em comparação a outubro de 2012 (US$ 61,901 milhões), o montante de itens comprados pelas indústrias paraibanas apresentou queda de 7,79%.
No acumulado do ano, a Paraíba importou US$ 565,054 milhões e no mesmo período do ano passado este valor foi de US$ 619,968 milhões, o que significou uma retração de 8,85%. A empresa que mais importou no ano também foi a Alpargatas, com um volume de US$ 128.151 milhões e participação de 22,68% no mercado.
O analista de Comércio Exterior do Centro Internacional de Negócios da Paraíba (CIN-PB), Felipe Augusto Torres de Carvalho, afirmou que a crise econômica que atinge os países desenvolvidos os obriga a frear suas importações e a impulsionar suas exportações em busca da recuperação, principalmente para os países emergentes, que são os novos mercados em potencial. Segundo ele, o cenário paraibano acompanha esta tendência.
“ Com isso, as exportações da Paraíba, acompanhando a tendência nacional, têm perdido espaço, e as importações têm crescido bastante. Para reverter esse quadro, o governo tenta manter o câmbio em taxas competitivas, com o real desvalorizado em relação ao dólar, no intuito de incentivar as exportações, o que pode ter influenciado o resultado de nossas exportações no mês de outubro”, comentou.
Felipe Augusto ressalva ainda que a medida do governo não foi suficiente, “muito por causa do cenário econômico internacional exposto acima, que impediu um crescimento com relação ao mesmo mês do ano passado”.
O vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Magno Rossi, disse que o bom desempenho das exportações na Paraíba em relação aos outros meses do segundo semestre de 2013 pode estar relacionado à valorização do câmbio. “A partir de maio o dólar vem subindo e com isso a indústria fica mais competitiva para a rede externa e as exportações tendem a aumentar”.
Ele lembrou que como a Alpargatas, maior responsável pelo mercado exportador local, apresentou queda em outubro, puxou a retração do acumulado do ano e no mesmo mês em 2012. “O segmento da Alpargatas vem mostrando queda e isso influencia o cenário paraibano”.
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