ECONOMIA
Gasolina a R$ 2,49 só a dinheiro
Com preço da gasolina mais baixo, postos suspendem a opção do pagamento em cartão, alegando redução nos lucros.
Publicado em 27/03/2013 às 6:00
O consumidor de João Pessoa que buscar preço mais barato da gasolina tem de ter dinheiro no bolso para pagar o abastecimento do veículo. Pelo menos nos postos verificados pelo JORNAL DA PARAÍBA, onde o litro da gasolina é vendido a R$ 2,49, está suspenso o uso de cartão de crédito. Os postos alegam que com o preço mais barato só é possível ter lucro se o pagamento for em dinheiro. Para o Procon Paraíba, a atitude é legítima e cabe ao consumidor escolher a melhor opção.
O secretário-executivo do Procon Paraíba, Marcos Santos, afirmou que não há nada na legislação que impeça o empresário do ramo de suspender a venda no cartão. “A Lei só proíbe o preço diferenciado no cartão e à vista, mas nada impede o empresário de suspender a compra no cartão”, frisou.
Marcos Santos afirmou que está discutindo com alguns vereadores da Câmara Municipal de João Pessoa a possibilidade de editar uma lei que preencha esta lacuna e não permita os postos de venda de combustíveis agirem desta forma.
A exigência de pagamento em dinheiro foram percebidas em dois postos da rede São Luiz XV e no Posto Canaã, todos situados no Centro de João Pessoa. Nestes locais, a gasolina é oferecida a R$ 2,49.
Nas ruas, a maioria dos consumidores reclama da decisão. Este foi o caso do pastor Edísio Ramalho. “Isso dificulta a vida daqueles que usam cartão e está com o dinheiro no banco na hora de abastecer”, disse.
O advogado João Freire também não concordou com a iniciativa dos empresários. “No meu caso, é mais fácil pagar em dinheiro na hora de abastecer por conta da minha profissão, mas há pessoas, principalmente quem é assalariado e depende do cartão para equilibrar as contas, em que a situação fica complicada”, disse.
O motorista Leonardo Pereira disse que a decisão foi benéfica, porque mantém o preço da gasolina mais barato. “Como sou acostumado a usar dinheiro, não acho ruim, porque posso abastecer a R$ 2,49. Em Tibiri, tem até a R$ 2,39”, disse.
A advogada Marlice Barreto disse que nem pagamento em débito em conta é aceito pelo posto. “Para mim o débito é a mesma coisa de a vista, mas ele também é recusado. Acho que os donos de postos fazem isso porque não podem colocar preços diferenciados no cartão e no dinheiro”, comentou.
Mesmo sem querer se identificar, um gerente de posto de combustível explicou que quando a venda da gasolina ocorre no cartão de crédito, a empresa tem que pagar uma taxa de 5% ao banco. E como o preço caiu, não há lucro se o pagamento não for feito em dinheiro.
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