ECONOMIA
Inadimplência cresce 49% em fevereiro
Número de consumidores que tiveram o nome incluído em órgãos de proteção ao crédito aumentou no mês de fevereiro em JP e CG.
Publicado em 07/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 11/07/2023 às 12:27
A falta de planejamento nas compras de Natal e de material escolar começam a surtir efeitos na inadimplência da Paraíba. Segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), as duas maiores economias do Estado, João Pessoa e Campina Grande, fecharam o mês de fevereiro com alta no número de consumidores negativados.
Na capital paraibana, no comparativo de fevereiro de 2013 para 2014, o número de inadimplentes subiu quase 49%, passando de 1.611 para 2.399. De acordo com o diretor do Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), Lindembergh Vieira, as compras mal planejadas no final do ano passado podem ser as responsáveis pela alta na inadimplência na cidade.
“As compras parceladas no Natal, além daquelas compras de janeiro, como material escolar dos filhos, podem comprometer o orçamento do consumidor, principalmente quando se compra em longo prazo”, avaliou.
O representante do SPC reforçou que o consumidor deve ficar atento às compras realizadas na função crédito, já que o atraso dos pagamentos pode causar endividamento com forte descontrole ao consumidor. “Os juros do cartão de crédito e cheque especial continuam sendo 'criminosos'. São taxas altíssimas, o consumidor que atrasa uma parcela já não consegue pagar a seguinte, por conta dessas tarifas impraticáveis”, disse.
Ainda segundo Lindembergh Vieira, o consumidor deve adotar novos hábitos, sempre buscando a modalidade de compra mais segura. “Indico sempre para que se evite fazer feira no cartão de crédito e em supermercados. O consumidor deveria ir nas feiras livres, porque lá se encontra produtos até 30% mais baratos.
Assim ele evita as taxas de cartão de crédito e fica com o orçamento mais folgado”, aconselhou.
Mesmo com a inadimplência alta, a capital paraibana aumentou o número de exclusões do SPC, ou seja, pessoas que pagaram seus débitos e limparam o nome. Em fevereiro do ano passado, 1.508 consumidores saíram da 'lista suja' do comércio, enquanto este ano foram 1.526, alta de 1,19%.
CONTAS EM ATRASO SOBEM 11% EM CG
Em Campina Grande, a inadimplência cresceu 11% em fevereiro, comparando 2013 com 2014. Segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da cidade, o segundo mês do ano encerrou com 1.264 novas inclusões no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), enquanto no ano passado esse número foi de 1.138. Comparando com janeiro, quando foram negativados 973 consumidores, a alta foi de quase 30%.
Na avaliação do presidente da Associação Comercial de Campina Grande (ACCG), Álvaro Morais, a falta de planejamento ainda é o principal responsável pela inclusão no SPC. “Por causa do calor do Natal, muitas pessoas esquecem que o início do ano tem muitas obrigações, como a matrícula escolar das crianças, IPTU, IPVA, entre outros. As parcelas no cartão de crédito começam a acumular e somadas ficam difíceis de ser pagas, o que gera a inclusão no SPC”.
De acordo com Álvaro Morais, a principal dica é planejar os gastos para não cair na armadilha dos endividados. “Há pessoas que estão com o nível de endividamento muito acima do recomendável e isso acontece porque não há planejamento.
É necessário sempre fazer uma reserva, deixar dinheiro guardado para os gastos esperados e também os inesperados”, disse.
Apesar do crescimento da inadimplência, se comparados os dois primeiros meses de 2013 e 2014, houve uma retração de 33,9%. No acumulado de janeiro e fevereiro deste ano foram 2.237 negativados em Campina Grande, enquanto no mesmo período do ano anterior esse volume era de 3.386.
Ainda segundo dados da CDL-CG, Campina Grande registrou pequena alta no número de pessoas que limparam o nome. Em fevereiro de 2013 foram 638, enquanto no mês igual deste ano foram 641, tímido crescimento de 0,47%. Se comparado com janeiro (873), houve queda de 26,5% no volume de exclusões.
EMPRESÁRIOS FICAM MENOS OTIMISTAS
Os empresários do comércio ficaram menos otimistas na passagem de janeiro para fevereiro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou queda de 2,8%, o maior recuo dos últimos seis meses, com deterioração em todos os subindicadores da pesquisa. Na comparação com fevereiro de 2013, o Icec teve queda de 5,3%.
Em relação a janeiro, a percepção dos empresários sobre as condições atuais dos negócios teve queda de 3,2% em fevereiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, o tombo foi de 9,6%.
O item que mede as expectativas dos empresários quanto à economia, ao setor de atuação e à própria empresa registrou queda de 2,7% em fevereiro ante janeiro. Na comparação com fevereiro de 2013, o recuo foi de 4,7%.
Quanto às intenções de investimentos, houve retração de 2,7% em fevereiro ante janeiro. Em relação a fevereiro de 2013, o recuo foi de 2,0%.
Segundo a CNC, as expectativas dos empresários, que vinham dando sinais de recuperação em função da melhora nas vendas a partir do segundo semestre do ano passado, foram corrigidas para baixo no mês de fevereiro.
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