ECONOMIA
Inflação em janeiro é a menor desde 2009
Queda em janeiro foi provocada principalmente pela deflaçãodo grupo de despesas transportes; dados foram divulgados pelo IBGE.
Publicado em 08/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 21/06/2023 às 13:13
A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,55% em janeiro deste ano, taxa inferior a dezembro de 2013, que alcançou forte alta de 0,92%. É o menor índice desde janeiro de 2009, quando a inflação foi 0,48%. Em janeiro do ano passado, o índice chegou a 0,86%. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a inflação acumula taxa de 5,59%, portanto dentro da meta do governo federal, que varia de 2,5% a 6,5%.
A queda em janeiro foi provocada principalmente pela deflação (queda de preços) do grupo de despesas transportes (-0,03%).
Em dezembro, esse grupo havia tido inflação de 1,85%. Entre os itens que contribuíram para a queda de preços dos transportes estão as passagens aéreas, com deflação de 15,88% em janeiro, depois de uma alta de 20,13% em dezembro de 2013. O grupo de despesas vestuário também teve queda de preços (-0,15%).
Os alimentos também tiveram uma contribuição para a redução da taxa do IPCA em janeiro, já tiveram uma inflação de 0,84% em janeiro, inferior à observada em dezembro (0,89%). Alguns alimentos tiveram, inclusive, queda de preços em janeiro, como o tomate (-10,43%), o feijão-mulatinho (-6,1%), o leite longa vida (-5,61%) e o feijão-preto (-1,08%).
Neste mês, para o cálculo do IPCA foram incluídas duas novas localidades: a região metropolitana de Vitória (ES) e a cidade de Campo Grande (MS). Elas se juntam às outras 11 localidades cuja variação de preços já eram monitoradas pelo IBGE.
SURPRESA DO IPCA É BOA
O economista-chefe do banco Besi Brasil, Flávio Serrano, disse que o resultado de janeiro do IPCA, abaixo do piso das estimativas do mercado, é uma surpresa positiva, mas não muda a análise do cenário inflacionário. "O quadro ainda preocupa, principalmente por causa do índice de difusão, que continua alto, mostrando que o processo inflacionário é disperso Há muitos produtos subindo", afirmou.
Segundo ele, a desaceleração do IPCA em janeiro (em dezembro havia ficado em 0,92%) foi causada por fatores pontuais e não por uma queda generalizada de produtos e serviços. Serrano citou a contribuição da gasolina, que diminuiu a alta de 4,04% no último mês de 2013 para 0,60% em janeiro, e de passagens aéreas, que recuaram 15,88% em janeiro. "Os serviços subiram somente 0,47%, mas, não fosse o item passagens aéreas, a pressão teria sido maior."
Apesar do quadro ainda cauteloso, Serrano acredita que o dado de hoje do IPCA reforça a percepção de que o ciclo de aperto monetário está perto do fim. "Ainda esperamos um avanço de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária. Se não for a última alta, será a penúltima. Não passará disso."
A inflação no curto prazo pode até estar um pouco melhor, mas o mercado ainda entende como bastante complicada", lembrou André Guilherme Pereira Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, que prevê mais dois aumentos na Selic, sendo o próximo ainda de 0,50 ponto porcentual, levando a taxa de juros para 11% ao ano na reunião de fevereiro. (Com informações das agências Brasil e Estado)
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