ECONOMIA
Mercado de imóveis deve ficar estável
Em ano de Copa e Eleições, mercado imobiliário da PB só deve retomar alto volume de negociações no segundo semestre.
Publicado em 12/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 12:02
No primeiro semestre do ano, o mercado colheu os frutos da antecipação de vendas, mas só espera voltar a fechar negócios após a definição da conjuntura política.
Em um ano atípico com Copa e Eleições, o mercado imobiliário da Paraíba só deve retomar um alto volume de negociações a partir do segundo semestre – mais precisamente após outubro, quando serão definidos os ocupantes do Legislativo federal e estadual, o governador e o presidente. A Copa representou uma pisada no freio para o setor.
Após a eleição, que irá garantir ou ameaçar a manutenção dos empregos comissionados e os contratos de empreiteiras junto às estatais, o volume de negócios deve ser retomado.
Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) apontam que o volume de recursos liberado para financiamentos na Paraíba cresceu 35,8% de janeiro a maio, passando de R$ 266 milhões para R$ 361,3 milhões. Considerando apenas o mês de maio, a expansão foi de 89,2%, de R$ 43,3 milhões para R$ 85,7 milhões. No total, foram comercializadas 2.300 unidades nos primeiros cinco meses, ante 1.793 no mesmo período do ano anterior.
Entretanto, esse volume não é necessariamente referente às negociações concretizadas em 2014, mas das vendas de imóveis na planta que ficaram prontos este ano. “Isso é reflexo das vendas que foram feitas do ano passado para cá”, alega o tecnólogo em negócios imobiliários Fábio Henriques. “O volume de vendas quase nunca é a compra do mês. Geralmente o consumidor compra o imóvel na planta, passa dois anos pagando e depois entra no financiamento. É um crescimento que veio dos anos anteriores”, explica.
Para ele, os clientes ficam “receosos” nesse período. “Tudo gera uma circunstância de expectativa”, conta. Porém, após as eleições, o mercado deve recuperar o que deixou de ganhar.
“Normalmente o cliente fica receoso e espera uma definição para poder comprar. Depois de outubro temos uma compensação”, espera o corretor.
O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Irenaldo Quintans, afirma que o setor imobiliário da Paraíba deve ter um segundo semestre rentável.
“Tradicionalmente é o período que mais concentra os novos lançamentos imobiliários, feiras e encontros”, lembra. Por outro lado, ele aposta na continuidade da estabilização dos preços dos imóveis. “Para mim a combinação desses dois fatores é positiva”, fala.
Segundo dados do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP) compilados por Henriques, as empresas do ramo de construção faturaram um total de R$ 620,028 milhões em vendas nos primeiros quatro meses deste ano. O valor é 13,44% superior à receita no mesmo período de 2013, quando as vendas somaram R$ 546,545 milhões.
Em abril, as vendas atingiram a cifra de R$ 136,334 milhões, com uma alta de 1,72% em relação aos R$ 134,028 milhões registrados no mês de março. O valor é inferior às vendas nos dois primeiros meses do ano: em janeiro o faturamento foi de R$ 206,156 milhões, e em fevereiro, R$ 143,509 milhões. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, entretanto, houve uma queda de 26,1%: em abril de 2013 o valor obtido com as vendas de imóveis somou R$ 184,596 milhões.
PREÇO MENOS ALTO
Para o professor de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor da Datamétrica Carlos Magno, a Paraíba está entre os Estados do Nordeste onde os preços de venda da construção civil estão arrefecendo. “Os preços dos imóveis pararam de subir. Atualmente, o setor é muito importante para explicar o PIB de alguns Estados, além de ser um grande empregador. Isso também tem um impacto no mercado de trabalho e no consumo”, explica.
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