Mercado de trabalho ainda é ambiente hostil para mulheres

Equidade de salários e cargos de direção são realidades em poucas situações.

Embora seja uma pauta comum entre as ações de diversidade, na prática, a equidade de salários e a liderança feminina ainda são temas  pouco valorizados nas organizações.

Um estudo realizado pela consultoria Bain & Company em parceria com o LinkedIn aponta que apenas 3% dos executivos que ocupam cargos de CEOs das 250 maiores empresas brasileiras são mulheres.

Este dado ressalta ainda mais a disparidade entre discurso e ação, já que outro número da pesquisa aponta que para 82% das mulheres e 66% dos homens, alcançar a igualdade de gênero deveria ser uma das cinco principais prioridades para as companhias.

Outra pesquisa, realizada pela Catho, mostra que, mesmo ocupando os mesmos cargos e com as mesmas funções, as mulheres chegam a ganhar até 34% menos que os homens.

Em relação aos cargos de liderança, em todos os níveis, as mulheres também ganham salários inferiores aos dos homens. Em funções como gerente e diretor, por exemplo, elas chegam a ganhar 24% menos que eles.

Ambiente hostil

Algumas áreas ainda são hostis à presença de profissionais femininas, caso do segmento de tecnologia que, embora tenha mantido as contratações em ritmo acelerado mesmo durante a pandemia, tem dificuldade em inserir mulheres no setor, mais ainda em cargos de liderança.

Segundo a pesquisa, somente 19% da área de tecnologia é composta por mulheres e, em média, elas ganham 11% menos que os homens.

Em alguns cargos, como engenheiros de sistemas operacionais em computação e gerente de desenvolvimento de sistemas, as mulheres chegam a ganhar, respectivamente, 33% e 18% menos que os homens.

As mesmas funções são ocupadas por 15% e 19% de mulheres, apenas.

Cargos em conselhos de administração

Embora o mercado esteja longe do cenário ideal, a diversidade tem sido, cada vez mais, uma preocupação entre grandes empresas brasileiras.

As que chegam ao mercado de capitais têm uma tarefa adicional: compor um conselho de administração com representatividade múltipla.

O número de conselheiras mulheres aumentou nos últimos anos, mas ainda está longe de um mundo ideal.

De acordo com um levantamento feito pela empresa de dados financeiros Teva Índices em parceria com a corretora Easynvest, entre as empresas da bolsa de valores, somente  o marketplace Enjoei possui mais mulheres do que homens no conselho. Dos 5 conselheiros da empresa, 3 são mulheres.

No Banco BMG, a divisão é meio a meio: 4 mulheres e 4 homens no conselho. Até mesmo o Magazine Luiza, cuja figura maior é a empresária e presidente do conselho de administração Luiza Trajano, não conseguiu uma divisão equânime. Dos 7 conselheiros do Magalu, 3 são mulheres.

Fontes: Época Negócios, Exame e B9