Brasileiros fazem sucesso empreendendo no exterior

Os destinos favoritos são Estados Unidos e Portugal.

Uma das maiores expectativas do brasileiro é ter um negócio para chamar de seu.

De acordo com pesquisa realizada em 2018, em 49 países, pela GEM (Global Entrepreneurship Monitor), que contou com o apoio do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) aqui no Brasil, empreender é o quarto maior sonho do brasileiro.

E cada vez mais este sonho tem rompido fronteiras. Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), existem cerca de 20 mil brasileiros com investimentos em micro e pequenos negócios em países estrangeiros, e os lugares mais procurados são Estados Unidos e Portugal.

Ambos os países são atrativos, principalmente, pela perspectiva de uma melhor qualidade de vida e facilidade na hora de conseguir empréstimos e financiamentos, além dos incentivos fiscais oferecidos por cada um.

Estados Unidos é o país preferido

Conforme o Ministério das Relações Exteriores, 45% dos brasileiros que têm uma empresa no exterior estão localizados nos Estados Unidos.

No ano de 2019, já haviam cerca de 9 mil empreendedores em solo norte-americano.

Isso se deve às atraentes possibilidades de investimento e amplo mercado que o país oferece, como, por exemplo, a facilidade de conseguir linhas de crédito público ou privado, além de se ter menos burocracia do que no Brasil no processo de abertura de um negócio.

Estes atrativos levaram Alexandre Simões, estrategista em marketing digital, a se arriscar a empreender no país após ter ido para lá em 2015 para estudar a língua inglesa.

Ele, que é dono da agência de marketing Alka Digital, com sede em Boston e São Paulo, destaca que a maior diferença entre empreender nos Estados Unidos e no Brasil é justamente os apoios e iniciativas que existem para consolidar o seu negócio no país.

“Os Estados Unidos possuem diversos incentivos para quem quer empreender. O empreendedorismo faz com que o mecanismo do consumo gire.

A montagem de uma empresa é muito simples, a burocracia é zero. Os financiamentos e empréstimos estão ligados ao histórico do proprietário da empresa.

Se o histórico for bom, ele vai conseguir facilmente seu crédito”, analisa Simões.

Com o sucesso internacional, ele ampliou a sua atuação criando diversas outras empresas. Um exemplo é o Extra Money, curso voltado para a elaboração de projetos empreendedores e estratégias de vendas; e ajudando a desenvolver eventos em solo norte-americano.

O Cre8 Experience, evento que tem como objetivo conectar influenciadores, criadores, produtores de conteúdo, marcas, negócios e oferecer ao público estratégias e soluções para aproveitar ao máximo o potencial das plataformas sociais e do marketing de conteúdo.

O encontro acontece no dia 25 de setembro, em Nova York, com diversos palestrantes já confirmados, como Rodrigo Fernandes (Jacaré Banguela), Lua Fernandes, da terceira edição do The Voice Brasil, Rodrigo Veroneze, Oliver, do canal ‘Onde está o Oliver’, Fabia Lopes e Jayme Ribeiro, do canal ‘A grande maçã’.

Brasileiros também procuram Portugal

Portugal, além de ter a facilidade pela língua, oferece incentivos fiscais especialmente para brasileiros, tornando-se ainda mais atrativo para investimentos.

Nos últimos anos, o país europeu deu um salto de desenvolvimento, sendo eleito o quinto melhor para se viver e trabalhar em 2021, de acordo com pesquisa realizada pela InterNations.

Com isso, o número de brasileiros morando em Portugal teve um aumento de 43% desde 2018, o que se deve muito aos benefícios fiscais, principalmente para aqueles que investirem no interior do país.

Isso porque o governo português quer atrair mais empresários e trabalhadores para as regiões menos povoadas e, para isso, criou o programa “Trabalhar no Interior”, que contempla um conjunto de medidas mais ágeis para facilitar o emprego, habitação e oferecer o apoio financeiro necessário para partilhar os custos associados ao deslocamento para o interior, podendo as empresas receberem até 82.106 euros por posto de trabalho criado.

Segundo o Alto Comissariado para as Imigrações (ACM), instituto público português que atua nas políticas públicas relacionadas às migrações, de janeiro a dezembro de 2020, cerca de 65% dos novos negócios criados foram feitos por brasileiros.

Atualmente o número de brasileiros em Portugal chegou a 183.993 mil, representando cerca de 28% dos imigrantes no país, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), seguido de cidadãos do Reino Unido (46.238), Cabo Verde (36.609), Romênia (30.052), Ucrânia (28.629), Itália (28.159), China (26.074), França (24.935), Índia (24.550) e Angola (24.449).

Esse número apresenta crescimento desde 2016.