ECONOMIA
Mesmo com inflação, BC pode reduzir juros
Ministério da Fazenda inforna que há espaço para queda da taxa de Selic até o final do ano.
Publicado em 22/09/2011 às 8:00
Apesar da alta da inflação nos últimos meses, o Ministério da Fazenda informou, na quarta-feira (21), que há espaço para o Banco Central (BC) reduzir os juros até o fim do ano. A avaliação consta do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado a cada dois meses pela Secretaria de Política Econômica, com estimativas para a economia.
De acordo com o boletim, o agravamento da crise econômica mundial pode criar condições para que os preços internacionais deixem de subir. Sem a pressão dos preços das commodities (produtos primários com cotação no mercado internacional), a inflação pode ceder nos próximos meses.
No fim do mês passado, o Banco Central reduziu a taxa Selic, que indica os juros básicos da economia, de 12,5% para 12% ao ano. No sistema de metas de inflação, adotado pelo Brasil, os juros são usados para controlar a alta dos preços. Taxas elevadas incentivam a poupança, desaceleram a economia, dificultam o crédito e reduzem a demanda. Taxas mais baixas, ao contrário, estimulam o crédito e o consumo. Mas a Fazenda acredita que é possível manter a trajetória de queda da inflação mesmo com taxas de juros mais baixas.
"Há espaço para a política monetária agir. Se houver continuidade da piora da crise global, o Banco Central está em condições de agir com política monetária expansionista [redução de juros], respondendo a uma possível 'virada' [retração] na economia", destacou o documento.
Segundo o relatório, durante a crise de 2008 e 2009, os juros brasileiros estavam, em média, em 11,3% ao ano. A taxa média recuou para 9,9% ao ano em 2010 e, este ano, subiu para 11,8%. Analistas de mercado estimam que a Selic fechará 2011 em 11% ao ano. Em relação à inflação, a Fazenda aposta na queda do IPCA para 5,8% em 2011, abaixo do limite superior da mata (6,5%).
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