ECONOMIA
PIB cresce apenas 0,2% no 1º trimestre do ano
Nos últimos quatro trimestres, o PIB subiu 1,9%. De janeiro a março, a economia do país produziu R$ 1,03 trilhão em bens e serviços.
Publicado em 02/06/2012 às 6:00
Diante de uma freada do investimento e da queda da indústria, o PIB (Produto Interno Bruto) fechou o primeiro trimestre do ano com alta de 0,2% na comparação livre de influência sazonais com os três últimos meses de 2011.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2011, a economia brasileira cresceu 0,8%. Nos últimos quatro trimestres encerrados em março, o PIB subiu 1,9%. De janeiro a março, a economia do país produziu R$ 1,03 trilhão em bens e serviços, segundo dados do IBGE divulgados hoje.
Do lado da produção, o destaque negativo foi a agropecuária. O PIB do setor encolheu 1,7% em relação ao último trimestre de 2011 e 8,5% na comparação com igual período de 2011.
A indústria cresceu 1,7% em relação ao ultimo trimestre de 2011, mas teve alta de apenas 0,1% na comparação com mesmo trimestre do ano anterior.
O setor sofreu com a maior competição externa (que não refluiu ainda a alta recente do dólar), a perda de ritmo do consumo interno diante dos maiores níveis de endividamento e inadimplência e estoques elevados.
Já os serviços, sob impacto do bom desempenho do mercado de trabalho (renda em alta e baixa taxa de desemprego), tiveram alta de 0,6% frente ao último trimestre de 2011 e de 1,6% na comparação anual.
Sob a óptica dos componentes da demanda, o destaque negativo foi o investimento, que caiu 1,8% na comparação com o último trimestre de 2011 e 2,1% na comparação com o mesmo trimestre de 2011.
Já as importações (que contribuem negativamente para o PIB por consistirem em bens feitos fora do país) tiveram expansão de 1,1% na comparação trimestre ante trimestre e 6,3% quando comparado com o primeiro trimestre do ano passado.
Prévia do Banco Central sobre a atividade da economia (o índice IBC-BR) já apontava um PIB fraco, com crescimento de 0,15% no primeiro trimestre. Pesquisa da autoridade monetária com as principais instituições financeiras do país aponta alta do PIB inferior a 3% neste ano. Alguns bancos e consultorias já projetam expansão de 2,8%.
MANTEGA AVALIA
"O ministro Guido Mantega (Fazenda) afirmou ontemque a atividade econômica no primeiro trimestre do ano repetiu o desempenho do último trimestre do ano passado. "Não houve nem desaceleração nem aceleração em relação ao último trimestre do ano passado".
No segundo semestre do ano passado, a economia brasileira praticamente estagnou, com uma queda na atividade de 0,1% no 3º trimestre e uma alta de 0,2% no 4º trimestre. Devido ao desempenho da segunda metade do ano, a expansão da economia no ano passado ficou em 2,7%, considerado baixo pelo próprio governo.
O ministro creditou o desempenho modesto no início do ano ao desempenho do setor agropecuário. Embora com participação pequena na economia, cerca de 5% segundo Mantega, a quebra da safra da soja e a redução na produção de arroz e fumo levaram a uma queda de mais de 7% na atividade frente ao fim do ano passado. Mantega afirmou, entretanto, que são fatores sazonais, ligados às condições climáticas que o setor agrícola brasileiro "vai bem".
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou, por meio de nota, que o crescimento do PIB confirma que a "recuperação da atividade econômica tem sido bastante gradual.
A demanda doméstica continuou sendo o principal suporte da economia, com o consumo das famílias sendo estimulado pela expansão moderada do crédito, pela geração de empregos e de renda", afirmou Tombini.
Segundo Tombini, mesmo diante da crise internacional que atinge, sobretudo, países europeus, o mercado interno constitui um diferencial da economia brasileira e prevê um ritmo de crescimento mais acelerado nos próximos trimestres. "Os sólidos fundamentos e um mercado interno robusto constituem um diferencial da economia brasileira. Dessa forma, mesmo diante do complexo ambiente internacional, as perspectivas apontam intensificação do ritmo de atividade ao longo deste ano."
ANDOU DE LADO
Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou hoje, por meio de nota, diz que os números do PIB no primeiro trimestre deste ano, devem servir de alerta para o governo.
Segundo eles, o país tem um "PIB caranguejo. Podemos denominar como PIB caranguejo, já que nossa economia anda muito de lado. Os números devem servir de alerta para o governo que, infelizmente, tem sido muito lento nas decisões econômicas emergenciais".
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