ECONOMIA
PIB da Paraíba cresce 5,6%
Comércio, construção civil e agropecuária foram os principais responsáveis pelo crescimento.
Publicado em 23/11/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 12:13
Os setores de comércio, construção civil e da agropecuária foram os principais responsáveis pelo crescimento real de 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba em 2011. A taxa de crescimento da riqueza gerada pela Paraíba naquele ano foi o dobro da nacional (2,7%).
A soma das riquezas produzidas pelo Estado em 2011 atingiu R$ 35,444 bilhões ante R$ 31,718 bilhões em 2010. Os dados, divulgados ontem, são das Contas Regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual da Paraíba (Ideme).
A agropecuária, que ainda não enfrentava a atual seca, apresentou a maior taxa de crescimento (17,1%), seguida do comércio (11,7%) e da construção civil (11,5%). Contudo, a economia paraibana não apresentou alteração na colocação no Nordeste, mantendo a 6ª posição, atrás do Rio Grande do Norte (veja ranking).
O IBGE não divulgou a taxa de crescimento de outros estados porque a metodologia das contas regionais está passando por ajustes e somente será divulgada em 2015.
Na Paraíba, das três atividades, o comércio influenciou mais o PIB (1,5 ponto percentual), seguidos da construção civil (0,9 ponto percentual) e, em terceiro, a agropecuária (0,7 ponto percentual). O desempenho positivo do somatório das riquezas da Paraíba foi reflexo do crescimento da produção e comercialização de bens e serviços de todas as atividades econômicas.
Do total do PIB, o setor de serviços, que inclui, por exemplo, os segmentos como comércio, transporte, instituições financeiras e administração pública, elevou a concentração do peso na economia do Estado. A participação em 2011 foi de 74%, contra os 73,2% de 2010.
Em segundo lugar, estão as atividades industriais com 21,5%, que perderam espaço na composição naquele ano. Em 2010, a participação era maior (22,5%). Já a agropecuária, que mesmo tendo menor peso na economia, voltou a elevar participação de 4,2%, para 4,5%, entre 2010 e 2011, mas deve voltar a perder espaço nos próximos anos com a forte estiagem de 2012 e deste ano no semiárido.
Vale destacar que a contribuição da administração pública no PIB de 2011 recuou 1,1 ponto percentual, mas ainda concentra quase um terço da riqueza do Estado (32,3%). No ano anterior, a cota era maior (33,4%). Com crescimento menor naquele ano (1%), a soma gerada chegou ainda a R$ 10,246 bilhões dos R$ 35,4 bilhões em 2011. O setor público contribuiu com apenas 0,3% para o crescimento do PIB registrado em 2011.
O economista do Ideme, Geraldo Lopes, frisou que, apesar da administração pública apresentar a maior participação no PIB do Estado, não agrega valor como a indústria e o comércio, que alavancam a economia local.
Já o comércio provocou a maior influência na taxa de crescimento do PIB. Com crescimento de 11,7% sobre 2010 e valor adicionado bruto de R$ 4,436 bilhões, o setor contribuiu com 1,5 ponto percentual gerado pela Paraíba, elevando de 13,2% para 14% a participação na economia do Estado.
Naquele ano, a Paraíba havia registrado o maior crescimento do volume de vendas do Nordeste.
O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas da Paraíba (FCDL-PB), José Artur de Melo Almeida, destacou que o resultado positivo do comércio pode ser atribuído, em parte, ao aumento do sub limite do Simples Nacional naquele ano. O valor do faturamento passou de R$ 1,8 milhão para R$ 2,520 milhões. “Se não fosse este incentivo, com certeza este resultado seria diferente em 2011, porque grande parte dos empresários do comércio está dentro da faixa do Simples”, frisou. Vale lembrar que houve o ingresso de 3 mil empresas ao Simples na Paraíba.
A construção civil registrou R$ 1,821 bilhão no valor adicional bruto e crescimento de 11,5%, porém, perdeu participação em comparação a 2010. Em 2011, o setor contribuiu 5,7% para a formação do PIB paraibano, mas no ano anterior a parcela foi maior (7,5%).
Para o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Irenaldo Quintans, o setor continua sendo um dos pilares de sustentação da economia paraibana.
“A construção tem capacidade de movimentar uma cadeia produtiva, o comércio e a indústria. Apesar de no momento atual se observar uma estabilidade na atividade, o mercado ainda está favorável com ofertas de financiamentos por parte dos bancos e boa demanda”, disse.
A agropecuária, com quota de R$ R$ 1,427 bilhão do PIB do Estado e expansão de 17,1% em 2011, tem pequena representatividade no conjunto dos bens produzidos na Paraíba, apenas 4,5%. No ano anterior este desempenho foi menor, 4,2%.
O economista Geraldo Lopes explicou que o crescimento de 17% observado neste segmento é atribuído às condições climáticas mais favoráveis na agricultura da Paraíba em 2011, que apresentou um volume de 21,8% puxado pelo aumento da produção anual. Naquele ano, houve ganho na produção das culturas mais importantes da lavoura paraibana, como cana-de-açúcar, abacaxi, milho e feijão.
CINCO ESTADOS CONCENTRAM 65%
Cinco Estados brasileiros concentraram 65,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em 2011, segundo as Contas Regionais divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na liderança está São Paulo, que deteve 32,6% do PIB brasileiro naquele ano. O segundo lugar ficou com o Rio de Janeiro, com 11,2% do PIB, seguido por Minas Gerais, com uma fatia de 9,3%, pelo Rio Grande do Sul, com 6,4%, e Paraná, com 5,8%.
A Paraíba registrou uma leve alta de 0,8% para 0,9% na participação do PIB nacional.
Ao longo de uma década, essa concentração teve ligeira melhora. Em 2002, o grupo concentrava 68% do PIB do país, 2,8 pontos percentuais a mais, ressaltou o IBGE. Na passagem de 2010 para 2011, a região Sudeste manteve sua fatia de 55,4%. No entanto, houve redistribuição na participação dos Estados. São Paulo ainda lidera a geração de riqueza, mas perdeu 0,5 ponto porcentual de participação, ao passar de uma fatia de 33,1% em 2010 para 32,6% em 2011.
Houve avanço na participação do Rio de Janeiro (de 10,8% para 11,2%, um ganho de 0,4 ponto percentual) e Espírito Santo (de 2,2% para 2,4%, aumento de 0,2 ponto percentual). O Estado de Minas Gerais manteve sua fatia em 9,3%.
POR REGIÕES
Por regiões, nota-se uma desconcentração, ainda que bastante lenta do PIB de 2002 a 2011. Tal movimento fez a produção "migrar" mais para áreas de nova fronteira agrícola e ocupação mais recente, como os Estados do Norte e Centro-Oeste, e menos para o Nordeste. O peso do Norte no PIB, por exemplo, avançou de 4,7% em 2002 para 5,4% em 2011. Já o do Centro-Oeste subiu de 8,8% para 9,6% nesse intervalo. No período, o Nordeste ganhou menos participação - de 13% para 13,4%.
Já as regiões Sudeste e Sul perderam espaço na produção nacional de bens e serviços. Seus pesos caíram de 56,7% para 55,4% e 16,9% para 16,2%, respectivamente.
Há ainda, porém, uma forte concentração nas áreas mais ricas e onde historicamente os investimentos foram maiores e a indústria se instalou primeiro. Juntos, Sul e Sudeste correspondem a quase três quartos da economia do país.
De 2010 para 2011, porém, a região Sudeste manteve participação de 55,4% do PIB e não ocorreu nenhuma alteração significativa, exceto o crescimento de 0,3 ponto percentual do Centro-Oeste - para 9,6% em 2011 diante do bom desempenho do agronegócio.
PIB PER CAPITA
O Distrito Federal (DF) teve um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de R$ 63.020 em 2011. O PIB per capita é calculado com base na divisão de todos os bens e serviços produzidos no local pelo tamanho da população.
Segundo o IBGE, o valor é duas vezes maior que o registrado no segundo colocado no ranking nacional, São Paulo, que foi R$ 32.449. O PIB per capita do Distrito Federal é também três vezes maior que a média nacional, de R$ 21.585.
Além de São Paulo e do DF, seis unidades da Federação também têm PIB per capita acima da média nacional, sendo dois da Região Sudeste - Rio de Janeiro e Espírito Santo; três da Sul – Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina; e um da Centro-Oeste, no caso, Mato Grosso. Segundo o pesquisador do IBGE, Frederico Cunha, os Estados do Norte e do Nordeste continuam tendo os piores PIBs per capita do país, com destaque para o Piauí (R$ 7.835) e o Maranhão (R$ 7.852). (Com agências Estados e Brasil)
PIB PER CAPTA AINDA É O 4º MENOS DO PAÍS
Apesar do crescimento da economia da Paraíba em 2011 acima da média nacional, o PIB per capita paraibano continua como o quarto menor entre os estados do país. A Paraíba registrou crescimento nominal de 10,22%, mas foi insuficiente para gerar mudança na posição do Estado no cenário nacional. O valor subiu de R$ 8.481 (2010) para R$ 9.348 (2011).
Abaixo da Paraíba estão outros três estados do Nordeste: Alagoas (R$ 9.079), Maranhão (R$ 7.852) e o Piauí (R$ 7.835). Com este desempenho, a Paraíba atinge apenas 43,41% do PIB per capita nacional (R$ 21.535).
O PIB per capita é calculado com base na divisão de todos os bens e serviços produzidos no local pelo tamanho da população. O resultado é a divisão da riqueza gerada em 2011 (R$ 35,444 bi) pela população do Estado naquele ano (3,791 milhões).
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