ECONOMIA
São João dá o tom para aquecer vendas na Paraíba
Período junino eleva faturamento do varejo. Profissonais liberais esperam incremento.
Publicado em 25/05/2014 às 8:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:15
Se a Copa do Mundo ainda não empolga as vendas do varejo e dos setor de serviços, as festas juninas não apenas trazem para agenda do dia a cultura nordestina com muita diversão, mas se traduzem em maior aquecimento da economia paraibana não apenas no 'Maior São João do Mundo' de Campina Grande, mas na capital e nas pequenas e médias cidades do interior do Estado. As festas do período junino são responsáveis por elevar o faturamento de empresas do varejo, panificadoras e de profissionais autônomos.
Estabelecimentos do varejo como lojas que vendem tecidos da capital e de Campina esperam o dobro das vendas no período que antecede a data, já que a grande procura por chitas, cetins e rendas começa no mês de março. Profissionais liberais, como sapateiros e costureiros, também fazem hora extra para dar conta das encomendas e incrementam a receita em até 60% comparada a outras épocas do ano. “A função de sapateiro está em extinção. Trabalho de forma artesanal e este ano vou atender cerca de 12 quadrilhas juninas. Elas querem sapatos personalizados de acordo com o tema que vão abordar, coisa que a indústria não pode oferecer. Atendo a necessidade do cliente. Neste período a minha renda aumenta cerca de 60% comparada às outras épocas do ano”, afirmou o sapateiro João Batista Rodrigues, conhecido no bairro do Varadouro como Torrado.
O profissional explicou que não pode falar em aumento no faturamento em relação a 2013 porque todo ano costuma atender as mesmas 12 quadrilhas. “Elas já são clientes fixas”.
Mas para dar conta de tanto trabalho ele contrata mais sete ajudantes, que somados aos seus três empregados somam dez confeccionadores de calçados. O preço de cada peça, comparado ao mercado, não sai tão salgado, fica em torno de R$ 40,00. Mas se o pedido for de uma bota, que requer mais matéria-prima, o valor médio sobe para R$ 50,00.
Outro trabalhador liberal que não tem do que reclamar no período é o costureiro. Um deles é Renan Werlly, que além de fazer as roupas para os personagens de destaque das quadrilhas juninas como noivos e Rainha do Milho, ainda domina a técnica de confeccionar os adereços como arranjos de cabeça e chapéus. “Não consigo dar conta de mais de uma quadrilha junina, no máximo atendo os pedidos de uma e costuro parte das roupas dos integrantes de outra. O trabalho começa em março e no período junino minha renda aumenta em 50%”, contou Renan Werlly.
O custo da mão de obra do costureiro não cabe em qualquer bolso. Um traje feminino para um destaque como Maria Bonita não sai por menos de R$ 400,00. E no caso do vestido da noiva da quadrilha o preço dobra. A vestimenta masculina fica um pouco mais em conta. Um lampião tem que pagar R$ 300 pela roupa. Os arranjos femininos custam em média R$ 70,00, mas a partir de 20 unidades. Se a encomenda for unitária o preço pode chegar a R$ 100,00. Já os preços dos chapéus masculinos variam de R$ 50,00 (a partir de 20 unidades) até R$ 60,00 (peça única). “É a melhor data para mim em faturamento”, diz Renan.
FOGOS DE ARTIFÍCIO
Nas barracas de fogos, há vendedor otimista que espera aumento entre 30% e 40% nas vendas deste ano, comparado ao ano passado. O incremento é incentivado pela realização da Copa do Mundo. Alguns fogos, como a caixa do Rojão (com seis unidades) já teve alta de quase R$ 10,00 para o consumidor em relação a 2013. “A procura este ano está muito boa. Aumentamos o nosso estoque por causa da Copa. Alguns fogos como o rojão 12 tiros tiveram os preços reajustados. No ano passado, o comerciante comprava a caixa com seis por R$ 12,00 e vendia por R$ 18,00. Hoje compramos por R$ 15,00 e vendemos por R$ 23,00”, afirmou Sérgio Soares, um dos proprietários da Barraca do Balão S.S. Show Pirotecnia, no Cristo Redentor.
Em Campina, a projeção de vendas para o segmento não é diferente da capital. As barracas instaladas na Dinamérico e no Terminal Rodoviário da cidade já estão abastecidas e deverão vender mais que em outros anos devido ao período da Copa do Mundo.
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