Seca reduziu em até 94% safra de grãos

Vivendo a pior seca dos último doze anos, a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra que a quebra de produção da safra de grãos até setembro deste ano era de 94,9%, na comparação com o ano passado. Relatos de agricultores revelam um cenário bem pior, com dados que levam em consideração as regiões do Sertão e Agreste.

Segundo o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado da Paraíba (Fetag-PB), Liberalino Lucena, as perdas em algumas áreas já chegam a 100%. “Além da perda da safra, os rebanhos também estão dizimados. Produtores estão se desfazendo de seus animais a preços mínimos porque já não há mais como alimentar. Essa é uma das piores secas de nossa história e a situação está muito difícil, principalmente no Sertão, Cariri e Curimataú”, avaliou.

Para tentar amenizar os efeitos da estiagem, algumas medidas emergenciais como a venda de ração e milho a preços mais baixos estão sendo tomadas pelos governos federal e estadual.

“O problema é que são só paliativos e os agricultores continuam sofrendo. Precisamos pensar projetos maiores”, comentou Liberalino Lucena.

Uma nova ação de amenização dos efeitos da seca, o Programa Emergencial de Manutenção do Rebanho, será lançada hoje às 10h, no Agrocentro de Patos (Empasa), no Km 336 da BR-230.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca, estão sendo investidos R$ 7 milhões na distribuição da silagem de milho ou sorgo, torta de algodão e farelo de soja, com preço subsidiado de até 50%. Foram adquiridas 4.225 toneladas de farelo de soja e torta de algodão e 4.400 toneladas de silagem de milho e sorgo para serem distribuídas no Estado.