ECONOMIA
Serviços avançam 11,1% e PB tem 2ª maior alta
Somente em dezembro, a expansão foi de 10% sobre o mesmo mês de 2012, o melhor desempenho da Região; dados são do IBGE.
Publicado em 20/02/2014 às 6:00
O faturamento nominal do setor de serviços na Paraíba cresceu 11,1%, segunda melhor taxa do Nordeste no ano de 2013, comparado ao ano anterior. O Estado ficou atrás apenas do Ceará (13%). Somente em dezembro, a expansão foi de 10% sobre o mesmo mês de 2012, o melhor desempenho da Região. Os dados estão na Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro, os Estados nordestinos que mais se aproximaram do desempenho paraibano foi o Rio Grande do Norte (9,5%) e o Ceará (7,7%). Como relação ao Brasil, neste mesmo período, a Paraíba obteve bom posição, ficando na sétima posição. Quem apresentou a melhor expansão de serviços neste mês foi Distrito Federal (25,1%).
Apesar do destaque obtido pelo Estado, o IBGE não detalhou que segmentos impulsionaram o desempenho paraibano no setor de serviços.
Contudo, o setor de meio de hospedagem registrou crescimento no ano passado de 7%, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis na Paraíba (ABIH-PB). “Crescemos 7% o ano passado e este ano esperamos chegar a 10%. Já temos 23 eventos confirmados para 2014, temos a Copa do Mundo que deverá incrementar a ocupação no setor e a expectativa é otimista. Com o Centro de Convenções deveremos atrair mais eventos este ano”, disse Inácio Júnior, presidente da ABIH-PB.
Outra área do setor de serviços que está em expansão na Paraíba é a de alimentação. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes da Paraíba (Abrasel-PB), Marcos Mozzini, o segmento cresceu o ano passado aproximadamente 10% em 2013.
Segundo ele, o setor está aquecido por causa de diversos fatores. Alguns deles são o maior poder aquisitivo da população pertencente às classes C e D e até mesmo as mudanças na legislação da empregada doméstica. “Agora está mais fácil comer fora de casa do que contratar uma empregada doméstica para fazer este serviço. Então, a mudança da legislação das domésticas também impulsiona o setor e cada vez mais não só homens, mas também as mulheres estão no mercado de trabalho”, afirmou.
Mozzini se mostrou otimista para 2014. “A tendência é de mais crescimento para este ano, mesmo sabendo que em período eleitoral, muitas vezes a atenção fica voltada para as Eleições.
Mas, esperamos que os rumos do país apontem nesta direção de elevação no setor”.
REFLEXO EM EMPREGOS
O forte crescimento nas empresas do setor na Paraíba também refletiu em postos de trabalho. Apontado como o mais dinâmico da economia paraibana, o setor de serviços foi o campeão do saldo de empregos pelo 4º ano consecutivo na Paraíba. Com 8.104 postos criados, no ano passado, o setor de serviços concentrou 54% do saldo de empregos da Paraíba (14.785), segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). O saldo de vagas no Estado foi obtido na diferença das admissões (52.292) e desligamentos (44.188).
Segundo o Caged, a chegada de empresas de call centers; aquecimento dos serviços imobiliários; ampliação das demandas turísticas e das prestações de serviços às famílias como restaurantes e meios de hospedagem; abertura de vagas para professores e funcionários (ensino básico e universitário) e ampliação de vagas em clínicas e laboratórios médicos/odontológicos privados concentraram a abertura de vagas de serviços em 2013 na Paraíba.
O setor de serviços é o de maior peso no Produto Interno Bruto (PIB) na economia brasileira e também paraibana. Junto com administração pública e o comércio, o PIB de serviços representa mais de 74% da economia paraibana. Os serviços têm crescido e ganhado importância na economia como o acesso de novos consumidores de classes mais baixas e a expansão da renda e do emprego.
FATURAMENTO DO PAÍS CRESCE 8,5%
A receita do setor de serviços no país fechou 2013 com um crescimento nominal de 8,5%. O segmento de transportes, serviços auxiliares de transporte e correios foi o que mais cresceu no período, com alta de 10,8% na comparação com 2012, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).
Entre os destaques do segmento de transportes estão os transportes aquaviário (com alta de 18%) e aéreo (16,8%). Os transportes terrestres tiveram aumento de 10,7%.Outro segmento que se destacou em 2013 foram os serviços prestados às famílias, que tiveram alta de 10,2%. A principal influência para esse crescimento veio dos serviços de alojamento e alimentação, que cresceram 10,6%.
Os demais segmentos analisados pela pesquisa também tiveram crescimento: serviços profissionais, administrativos e complementares (8,1%), serviços de informação e comunicação (6,9%) e outros serviços (5,9%).
MENOS EMPREGO E RENDA
A perda de fôlego na geração de postos de trabalho, no crescimento da renda e na concessão de crédito explica a expansão menor do setor de serviços em 2013. O crescimento nominal foi de 8,5%, contra um avanço de 10,0% em 2012.
"Assim como o comércio, que cresceu menos em 2013 em relação à taxa apresentada em 2012, os serviços também. A partir do momento em que essas variáveis básicas para o comportamento do consumo regridem, em termos de crescimento, certamente isso vai influenciar o desempenho desses setores", explicou Nilo Lopes, técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
A taxa de crescimento nominal dos serviços acumulada em 12 meses ficou praticamente estagnada desde abril de 2013, oscilando ao redor de 8,5%. "Nós vemos uma estabilidade desde abril", reforçou Lopes.
A Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), primeiro indicador conjuntural mensal que investiga o setor de serviços no país, abrange as atividades do segmento empresarial não financeiro, exceto os setores da saúde, educação, administração pública e aluguel imputado (valor que os proprietários teriam direito de receber se alugassem).
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