ECONOMIA
Transferência de renda dobra em dez anos na PB
Transferência de renda no Estado, representada por programas como o Bolsa Família, mais do que dobrou no período que vai de 2001 a 2011.
Publicado em 16/10/2012 às 6:00
Apesar da Paraíba ser um dos dois estados do Nordeste que apresentaram uma leve melhoria no rendimento oriundo do trabalho na última década (0,44 ponto percentual), a taxa de transferência de renda no Estado, representada por programas como o Bolsa Família, mais do que dobrou no período que vai de 2001 a 2011. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), consolidados pelo Laboratório de Estudos da Pobreza (LEP) da UFC, Federal do Ceará.
A participação do trabalho como fonte de renda dos paraibanos subiu de 68,73% em 2001 para 69,17%, no ano passado. Ao lado apenas do Piauí, que variou de 66,13% para 69,64%, a Paraíba foi um dos únicos estados do Nordeste com elevação na variável na década, mesmo ainda permanecendo com o segundo pior índice da região. Já os programas de transferências passaram de 1,7%, em 2001, para 3,87%, em 2011.
A leve alta do trabalho é justificada por dois fatores básicos, de acordo com o economista e professor do LEP, Carlos Alberto Manso. “A partir de 2004, o Brasil inteiro entrou em um processo de ampliação dos postos de trabalho, coisa que também aconteceu na Paraíba. A valorização do salário mínimo nos últimos anos deve até ter tido uma maior influência nisso, por ter elevado o poder de compra da população mais pobre”, explicou Manso, que foi um dos autores do estudo.
Ainda que a pesquisa aponte uma alta no segmento, a Paraíba permanece à frente apenas de Alagoas na fatia referente ao rendimento fruto do trabalho. Com 67,91% em 2011, o Estado apresenta a pior média do Nordeste. “Todos os estados que possuem um índice inferior aos 70% são caracterizados pelo baixo desenvolvimento do setor industrial, que é o carro-chefe da economia. É uma questão estrutural, a Paraíba é muito deficitária nessa área, o que pode até acarretar um baixo crescimento também na área de serviços”, especulou o professor de economia da UFPB Lucas Milanez.
No Nordeste, a renda apresentou queda de 74,16% para 71,16% entre 2001 e 2011, enquanto os programas de transferências cresceram de 1,08% para 4,37%.
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