ECONOMIA
Varejo cresce 5% em janeiro
CNDL considera o resultado positivo e mantém a previsão de 4% de crescimento médio do setor varejista em 2014.
Publicado em 07/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 21/06/2023 às 13:13
As vendas a prazo no varejo começaram o ano com alta em relação ao início de 2013. Em janeiro deste ano, houve crescimento de 5,07% na comparação com o mesmo mês do ano passado, segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Logistas (CNDL). A entidade considera o resultado positivo e mantém a previsão de 4% de crescimento médio do setor varejista em 2014.
Durante o ano, entretanto, a CNDL acredita que o crescimento das vendas a prazo no setor deve desacelerar ao longo do ano em função da alta de juros, baixo crescimento da massa salarial e dificuldade para gerar empregos. Em relação a dezembro, houve queda de 29,94%. Segundo a CNDL e o SPC Brasil, esse resultado se deve à sazonalidade, já que dezembro é um mês de forte atividade comercial devido às festas de fim de ano.
Em relação a dezembro do ano passado, as vendas a prazo caíram 29,94%. De acordo com a economista-chefe do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, esta queda pode ser em grande parte explicada pela sazonalidade.
“Dezembro é um mês de forte atividade comercial em razão das festas de final de ano e, por isso, cria-se uma elevada base de comparação. Dessa forma, é natural que as vendas apresentem grandes quedas no mês de janeiro”, explica a economista.
INADIMPLÊNCIA
A inadimplência começou 2014 com crescimento sobre 2013.
Em janeiro deste ano, a inadimplência subiu 7,84% em relação a janeiro do ano passado, segundo a CNDL. Essa alta interrompe, segundo a Confederação, a tendência de desaceleração que a inadimplência no varejo vinha apresentando desde abril de 2013. Na comparação com dezembro, a inadimplência caiu 2,28%.
“Janeiro é um mês que historicamente temos alta da inadimplência. É um período em que o consumidor deixa de pagar muitas contas por causa do período de férias e por conta dos vários gastos que teve no final de dezembro. Mesmo assim, o crescimento foi menor do que nos anos anteriores”, avalia o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Para o líder do movimento lojista, o cenário econômico atual é de elevação da taxa básica de juros, maior seletividade na oferta de empréstimos por parte dos bancos e de menor confiança dos comerciantes varejistas. “Este panorama econômico faz com que o consumidor nos próximos meses tenha mais dificuldade para tomar crédito e fique mais atento na hora de pagar os compromissos. O arrocho na oferta de empréstimos deve conter qualquer movimento de alta na inadimplência em 2014, que deve continuar estável, mas em patamares historicamente baixos”, analisa Pellizzaro Junior.
COPA E ELEIÇÕES VÃO IMPACTAR SETOR
A Copa do Mundo e as eleições devem impactar o resultado do setor varejista neste ano, segundo o presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro. Ele destacou, entretanto, que ainda não é conhecido o tamanho desse impacto. "São dois fatores que vão impactar muito positivamente alguns setores, mas nem tanto outros", afirmou.
Mesmo com esses fatores atípicos, a CNDL acredita que o crescimento das vendas neste ano ficará entre 4% e 4,5%, próximo aos 4,12% registrados em 2013. Os setores de supermercado e de eletrônicos devem ter impactos positivos devido a esses eventos, segundo a CNDL, devido a alta nas vendas de televisões e de alimentos. "A inflação de alimentos mais controlada neste ano também ajuda", apontou Pellizzaro.
Um efeito ruim do evento esportivo deste ano são os feriados em dias de jogos, segundo os lojistas. "Ninguém sabe mensurar os impactos disso ainda sobre as vendas, mas haverá", disse. Pellizzaro explica que, se for decretado feriado municipal nos dias de jogos, as lojas dificilmente terão formas de funcionar no dia.
Pellizzaro lembrou que as eleições também podem afetar a economia brasileira. "Estamos vivendo dilema que afeta o dia a dia de todo mundo que é a inflação. Os mecanismos de controle da inflação têm decisão política muito forte. O governo precisa tomar decisões que podem não ser tão simpáticas num primeiro momento", disse. "A simples alta de taxas de juros não está resolvendo problema inflacionário. O governo precisa fazer a parte dele quanto à melhora fiscal."
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