Jovem cientista comenta participação no ‘Quem quer ser um milionário’

Kleyton Lacerda participou do programa ‘Domingão com Huck’ nesse domingo (5).

Kleyton Lacerda participando do Bom Dia Paraíba – Foto: Reprodução/TV Cabo Branco

O jovem Kleyton Lacerda, de 27 anos, natural de Pernambuco mas paraibano de coração, foi destaque no programa Domingão com Huck, apresentado por Luciano Huck, no domingo (5). O cientista participou do quadro ‘Quem quer ser um milionário’, mas não conseguiu conquistar o prêmio final do quadro.

O que chamou a atenção para Kleyton e o tornou destaque foi a sua história. Pernambucano, mas criado em João Pessoa, Kleyton, é pós-doutourando pela USP, doutor em Ciências pela USP e atua como físico-médico. Ele afirmou que sempre estudou em escola pública e foi um diferencial para sua carreira. “Sempre estudei em escola pública. Estudei no Maria Geni, e o ensino médio estudei no Lyceu Paraibano”, disse. Atualmente, Lacerda reside em Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

No Bom Dia Paraíba desta terça-feira (7), apresentado por Denise Delmiro, o jovem comentou sobre sua participação no programa e, principalmente, sobre sua história acadêmica e exponencial.

“Eu trabalho, desde o início do meu doutorado, em uma pesquisa inédita no Brasil e no mundo, tentando trazer avanços tecnológicos e científicos para o diagnóstico precoce e o tratamento da doença de Alzheimer, mesclando a física, através da mecânica estatística, à neurologia e inteligência artificial”, disse Lacerda.

Kleyton trabalha com física-médica e explica que a profissão tem variadas vertentes e apresenta fundamental importância para a medicina.

“É uma profissão nova aqui no Brasil, surgiu lá nos anos 2000, e veio como uma necessidade de termos físicos trabalhando nos hospitais, mexendo com radiação, por exemplo. Nós temos três grandes áreas dentro da física-médica, que são o radiodiagnóstico, que trabalha com aparelhos de raio-x, ressonância magnética; a medicina nuclear, para a parte de imagem para o diagnóstico de câncer; e a radioterapia, onde fazemos todo o tratamento do paciente com câncer”, explicou.

O jovem pessoense comenta que, por conta dos baixos investimentos do Governo para com a ciência, o trabalho acaba sendo prejudicado pois não há recursos suficientes para se aprofundar o suficiente nos projetos, mas que, mesmo diante das adversidades, insiste na sua pesquisa e que ela seja produzida no Brasil.

“Atualmente, por conta do baixo investimento, nós estamos sofrendo bastante, estamos tendo ‘fuga de cérebros’ para o exterior. Eu, por exemplo, fui chamado para ir para fora [do país], para outras instituições, porém eu sou aquele brasileiro raiz que defende a ciência e que não quer abandonar a pesquisa. Essa minha pesquisa inédita eu quero que tenha o nome do Brasil, e não do exterior”, completou.

“Não desistam dos seus sonhos, não escutem pessoas dizendo que você não vai conseguir. Acreditem nos seus sonhos, sempre mirem no céu”, disse.

Estudante de escola pública, Kleyton explica que sofreu preconceito quando foi estudar no Sudeste, e que, por conta disso, defende o ensino público e seu melhoramento de infraestrutura e educação.

“Como eu sempre estudei, trabalhei e dei aula em escola pública, eu carrego essa bandeira [de defensor do ensino público] para onde eu for. A gente sabe, que no Brasil, tem uma diferença de ensino, entre instituições públicas e privadas. Quando eu saí de João Pessoa, com 19 anos, para São Paulo, enfrentei bastante coisa, como xenofobia, por ter estudado em escola pública. E eu defendo! Sou de escola pública, e não troco o meu ensino por nada”, finalizou.